sábado, 21 de outubro de 2017

Educação e eleições formando cidadãos competentes para o século 21

Estudo divulgado nesta semana pelo Instituto Ayrton Senna mostra que um em cada quatro jovens de 15 a 17 anos vai abandonar a escola antes do fim do ano.

Alguns voltarão a se matricular, mas cerca de 15% dos jovens dessa faixa etária não retornam. Houve uma estagnação no número de matrículas dos jovens de 15 a 16 anos e mesmo um crescimento dos de 17 que estão fora da escola nos últimos 15 anos.

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Claramente, andamos para trás. As consequências dessa situação são visíveis: num mundo em que a composição do emprego mudou de forma importante, com automação de atividades rotineiras e fechamento de postos de trabalho, a falta de acesso a níveis mais elevados de educação vaticina um futuro muito ruim para esses adolescentes e não nos permite antever a retomada do crescimento da produtividade do país, há anos estagnada.

Por que esses jovens abandonam a escola? Os motivos são diversos, como casamento precoce e dificuldades financeiras, mas certamente o desinteresse pelo que é ensinado é fator importante. Se sinto que não estou aprendendo, num ensino médio que tenta comprimir cerca de 13 disciplinas em quatro horas diárias de aula, com salas lotadas, tendo a buscar alternativas mais interessantes.

Algo precisa ser feito com urgência, pois, no ritmo atual, alerta o estudo liderado por Ricardo Paes de Barros, levaremos 200 anos para atingir a meta prevista no Plano Nacional de Educação para o fim de 2016 de colocar todos os jovens de 15 a 17 anos na escola. Afinal, num país cada vez mais desesperançado, a educação deveria ser o eixo de reconstrução nacional e o ponto de convergência dos esforços para transformar a realidade.

As eleições de 2018 colocam uma oportunidade de nos organizarmos para isso. Sem educação de qualidade para todos —o que não quer dizer não só acesso ao ensino médio e melhoria das taxas de conclusão, hoje ainda na ordem de 59% para jovens de 19 anos, como melhorias na profissão de professor e em sua formação na universidade—, não haverá cidadania consciente, crescimento sustentável e fim da violência.

Em diferentes espaços, organizações da sociedade civil têm se articulado para propor as mudanças necessárias à reconstrução do Brasil. Jovens lançam movimentos suprapartidários para participar do processo com regras pactuadas entre eles sobre ética e busca de justiça social na política.

As primeiras candidaturas começam a aparecer, mas falta um eixo, um ponto a partir do qual todo o resto se constrói.

Que uma educação de qualidade para todos, que prepare o Brasil para o século 21, seja o centro das novas reflexões e propostas.

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