quarta-feira, 7 de junho de 2017

TSE não pode ignorar a fome de limpeza no ar


Quem quiser alcançar a dimensão do que está acontecendo no TSE precisa levar em conta o seguinte: o julgamento da chapa Dilma-Temer interessa muito mais ao país do que aos envolvidos. Para o Brasil, diante das provas reunidas em dois anos de investigação, uma absolvição da chapa pareceria um absurdo incompatível com a fome de limpeza que está no ar. Para Dilma e Temer, a condenação seria apenas mais uma escala rumo ao fundo do poço.

Transformada em lavanderia de verbas sujas pelos partidos que roubaram dinheiro da Petrobras e de outros cofres, a Justiça Eleitoral revelou-se incompetente para fiscalizar. Socorrido pela Lava Jato, o TSE tem a oportunidade de se redimir. Valente na hora de cassar prefeitos dos fundões do Brasil e governadores do Norte e do Nordeste, o tribunal julga pela primeira vez uma chapa presidencial. Pode construir uma pirâmide ou assar pizzas.

Dilma está sujeita a perder os direitos políticos. Ficaria proibida de pedir votos por oito anos. Como suas chances eleitorais são mínimas, o prejuízo é próximo de zero. Temer pode perder o mandato. Nessa hipótese, vai recorrer ao próprio TSE e ao STF. São tantas as encrencas em que se meteu que ninguém sabe se ainda será presidente quando os recursos forem julgados. A conjuntura pessoal de políticos que não se deram ao respeito é volátil. A história de um país merece mais consideração. Um tribunal não têm o direito de negar no presente provas tão evidentes sobre a eleição passada. Sob pena de esculhambar o futuro.

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