terça-feira, 13 de junho de 2017

O plano tenebroso

O que existe de pior na degenerada vida política nacional inicia agora seu ataque final à República.

O ânimo para “estancar a sangria” foi estimulado pelo aval do TSE ao abuso do poder econômico nas campanhas e, como sublinhou o ministro Herman Benjamim, “ao sistema partidário-eleitoral falido”.

Investigados e réus por corrupção planejam uma fuga em massa, distanciando-se dos tribunais e da cadeia e rumando, a jato (de empresas?), para a renovação de seus mandatos nas urnas, ano que vem. Dão a essa trama o nome de “garantia de estabilidade para a retomada do crescimento”. Crescimento de que mesmo?

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O plano, liderado pelo PMDB de Temer, é sustentado pelos partidos que vendem apoio em troca de cargos e negociatas, e conta com a rearticulação do “Centrão”. PPS e PSDB simulam resquícios de pudor, mas mantém ministros e apoio à junta serviçal do capital financeiro e do mercado total. Hipocrisia também é falta de ética!

A ação trevosa em curso é visível em várias iniciativas nefastas:

1) a recusa de Michel Temer em responder às 81 questões da Polícia Federal. O doutor solicitou mais tempo para NÃO dizer nada, carimbando um silêncio que “transforma homens em covardes” (Abraham Lincoln);

2) constrangimentos ao ministro Fachin, relator da Lava Jato, para o que já se suspeita mesmo do uso da ABIN para fazer espionagem, a la ditadura;

3) desqualificação de Rodrigo Janot, o Procurador Geral da República, até o fim de seu mandato, em setembro, quando se colocará na PGR alguém "inofensivo";

4) mudanças na cúpula da PF e restrição às suas atividades, em benefício do governo e seus aliados, todos investigados;

5) pressão sobre empresas que fizeram delação premiada, não por amor à ética e à transparência, mas como vingança e desestímulo a outras que possam querer colaborar com a Justiça, revelando os esquemas corruptos dos quais participaram;

6) No plano congressual, leis que inibam a ação de outros poderes e anistiem o Caixa 2, blindagem de Temer, implantação do “distritão” (para reeleição de caciques) e eliminação, pela cláusula de barreira, de partidos ideológicos que não coonestam o sistema decrépito.

Esse plano sinistro terá, por parte do PSOL, a mais firme postura de denúncia, combate e rejeição, em palavras, iniciativas e votos. Mas só o repúdio organizado da população nos dará forças para a luta no Congresso Nacional.

Fora Temer, não ao seu plano sinistro, Diretas já e sempre!

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