quarta-feira, 12 de abril de 2017

Tal como crimes de guerra

Nunca houve governador como Sérgio Cabral, assim como "Gilda" no cinema, podem já garantir os especialistas do Guiness. Podem ter existido um e outro parecidos, igual, jamais. 

Cabral foi o sonho almejado por todos os chefões da máfia. Al Capone tentou legalizar o crime com a corrupção e suas máquinas de lavar dinheiro como cabarés, funerárias, lojinhas comerciais. Cabral foi além, muito além do que poderia imaginar o grande Capo. O ex-governador criminalizou o Estado.

A gangue da famiglia Cabral, com primeira dama legal e administradora dos bens, moldou o governo a serviço do crime se apropriando de cada espaço da máquina administrativa para capitalizar o crime legal.

Do governo corrupto passou-se ao Estado de crime legalizado com praticamente toda a cúpula governamental e institucional envolvida nos dízimos à famiglia sob o manto de democracia. E o assalto público campeou com as bênçãos religiosas e das instituições - um escárnio impagável à cidadania.

Alguns proclamam que o ex-governador deva mofar na cadeia junto com toda a quadrilha. Ainda que respondesse com prisão perpétua à enésima potência, seria pouco. O montante do roubo, apesar de gigante pelo montante, é ínfimo em comparação aos rastros pelo caminho como fome, morte, doenças, violência e destruição que deixou.

Sem sinais de guerra, no entanto, a gangue Cabral semeou mortos, feridos, desabrigados e desvalidos como qualquer crime contra a humanidade. Ao povo, resta a reconstrução sobre os destroços com mais suor, sangue e lágrimas.
Luiz Gadelha

Nenhum comentário:

Postar um comentário