sexta-feira, 7 de abril de 2017

Muita sede para pouca água

A reforma da Previdência “morreu” e não faltam carpideiras de joelhos à espera do caos. Com o histerismo de sempre, a turma do reformão vai ficar com a reforminha ou minireforma como já aconteceu de outras muitas vezes. 

Desejar que num mandato tampão, em meio à instabilidade política-jurídica-econômica, se faça uma grande reforma da Previdência como nem em governos estabilizados e de amplo apoio popular se conseguiu, é querer demais ou acreditar em milagre.

Temer quer passar para a história como reformista, assim apagando o passado de conivência por 13 anos com o cataclisma petista. Como Moisés no Sinai, prenunciou a reforma ou o caos. Para um país que já vive no inferno, a ameaça de se ir para as chamas infernais caso não seguissem seus conselhos, não tem cabimento.

A explicação de que a Câmara não quer se arriscar a aprovar projeto impopular às vésperas de 2018 é mais palatável para não se ficar mal com o governo que foi com sede ao pote. Por que se apressar numa reforma indispensável, mas de imensa necessidade de debate? Por que o “autor” é um conselheiro de empresas de fundo privado? Por que uma reforma que deveria ser ampla se tornou aos poucos em privilegiada? Com muitas perguntas e poucas respostas, o grande debate ficou mais restrito à discussão das benesses futuras e não do opressivo presente, que ficaria solucionado com uma canetada presidencial.

Como anuncia a Casa Civil, a mini ficará uns 10% da ideal e não comprometerá o deixa estar mais ou menos para ver como é que fica, logicamente sem tocar em privilégios, que esses são divinos.
Luiz Gadelha

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