domingo, 2 de abril de 2017

Finlândia conseguiu tirar da rua e reintegrar os sem-teto

Londres, Berlim, Paris e outras grandes cidades dos países mais prósperos da Europa têm algo em comum: tentam, sem sucesso, conter ou reduzir o número de sem-teto em suas ruas.

A cena de pessoas desabrigadas dormindo nas ruas ainda faz parte do cotidiano destas sociedades que, apesar de terem sistemas de bem-estar social robustos, não conseguem tirar das ruas e reintegrar os sem-teto na sociedade.

Sem-teto em Helsinki, em 2010

Mas há uma exceção.

A Finlândia é apontada como o único país da União Europeia (UE) que resolveu de forma substancial a questão dos sem-teto.

A Feantsa, organização que promove o direito à moradia na UE, descobriu que todas as nações do bloco, com exceção da Finlândia, enfrentam uma crise de falta de moradia disponível para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Uma investigação parlamentar no Reino Unido identificou, por exemplo, que o número de moradores de rua na Inglaterra aumentou 30% entre 2014 e 2015.

A Feantsa calcula, por sua vez, que a Dinamarca registrou um aumento de 75% no número de jovens sem-teto desde 2009. Em Atenas, capital grega, a organização estima que uma em cada 70 pessoas durma ao relento.

E como a Finlândia conseguiu ser bem sucedida ao buscar uma solução para o problema?

A estratégia de suporte que o país nórdico oferece aos sem-teto é generosa.

Muitos países apresentam soluções de moradia temporárias e condicionais aos moradores de rua.

Já a Finlândia oferece a eles, desde o início, habitações permanentes, sem impor condições. Concede ainda assistência social para ajudá-los a colocar a vida nos eixos, lidando com questões como vício em drogas e desemprego.

"Começamos concedendo a eles um apartamento com um contrato que lhes dá os mesmos direitos que qualquer inquilino. E, se eles precisam de mais apoio, também é oferecido", diz à BBC Juha Kaakinen, gerente da Fundação Y, que oferece 16.300 moradias a sem-teto na Finlândia.
Rentável

A fundação diz que esta abordagem de conceder habitação permanente é mais eficaz do que abrigos temporários, usados ​​em muitos outros países, uma vez que são computados todos os custos sociais que este programa ajuda a evitar.

"Muitos desabrigados não precisam de ajuda extra. Mas é importante que, se for necessário, eles possam obter", acrescenta.

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