sexta-feira, 3 de março de 2017

Para a segurança do pov, que as políticas protejam os redutos dos criminosos

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Indo, talvez, no sentido inverso da lei, da razão, da ordem e da normalidade, o resultando pode ser positivo e promissor. Se o Estado do Rio de Janeiro não dispõe de contingente policial-militar, de viaturas e equipamentos para garantir a segurança pública e a incolumidade de seus cidadãos, com policiamento ostensivo, fardado e armado, dia e noite, em todos os lugares, que o Estado passe, então, a garantir a segurança dos malfeitores em suas áreas de concentração, que são sobejamente conhecidas da polícia. Que ponha policiamento lá, para que ninguém ouse, por decisão de enfrentamento de facções ou por descuido, ingressar em seus redutos.

O que se está afirmando parece absurdo. Não só parece como é mesmo um tremendo absurdo. Mas como tudo hoje está “absurdado”, a inversão da lei, da ordem e da destinação das polícias seria um saída a ser tentada. Quem sabe não vai dar certo?

Aqui vai uma prova. No mês de dezembro de 2016, dois italianos que percorriam países da América do Sul de motocicleta, por descuido, entraram no território dos malfeitores no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, quando a caminho do Corcovado. Não foram parados pelos meliantes. Foram fuzilados. Um morreu e o outro sobreviveu. Agora, neste carnaval de 2017, no mesmíssimo Morro dos Prazeres, no mesmíssimo local, a argentina Natália Lorena Cappeti, que também subia o caminho até o Corcovado de carro com a família e amigos, por indicação errada de um GPS, também foi fuzilada pelos traficantes e agoniza no Hospital Souza Aguiar.

Ora, o Estado e as polícias sabiam que lá é lugar perigoso, reduto de criminosos, que atiram e matam se alguém ingressa em seu território. Se tivesse o policiamento ostensivo, fardado e armado, presente nas ruas, estradas ou vielas que dão acesso ao território dos inimigos, os dois crimes não teriam ocorrido.

Os malfeitores estariam garantidos contra invasões de estranhos que, por sua vez, também estariam impedidos de lá ingressar e protegidos contra os fuzilamentos. Seriam parados pela polícia, avisados, e o policiamento indicaria qual o caminho certo e seguro a seguir até atingir o Cristo Redentor.

Está-se aqui, absurdamente, a sugerir policiamento invertido. Ao invés de combater o tráfico, com UPPs que não deram certo, as polícias estariam, assim, prestando relevante serviço a todas as pessoas de bem e inocentes, garantindo suas vidas e o livre trânsito pela cidade, sem risco de perigo.

E ao mesmo tempo, preservando contra invasões esses territórios dos criminosos, que estão encravados em muitos lugares do Rio e que as polícias conhecem, sabem onde ficam, e deixam tudo como está, porque as polícias sucumbiram. Esse absurdo faz sentido. O Estado do Rio de Janeiro faliu e o governo federal não interveio para afastar seu administrador-mor e colocar um síndico (interventor) no seu lugar.

E o que se pode esperar de um Estado econômica e moralmente quebrado e com um ex-governador preso por corrupção? Que haja a prevalência da garantia da segurança pública, do combate à criminalidade, da lei e da ordem? Claro que não. Então, que se invertam os papéis das polícias. Que as coisas se ponham do lado do avesso.

Talvez seja o caminho torto que produza bom efeito. Mas isso seria o reconhecimento e a oficialização das facções criminosas e a derrota da legalidade, dirão alguns. Sim, é tudo isso e muito mais. Porque, inoficiosamente, as facções existem ostensivamente (e até já pensam criar partido político). E legalidade e moralidade os governantes nem sabem o que significam.

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