sábado, 4 de março de 2017

Não passarão

O chefe visivel pode mudar a cada quatro anos ou menos pra inglês ver mas, para tudo quanto interessa mesmo, o poder não muda de mãos no Brasil desde a chegada de d. João VI. Cada um de nós e mais tudo que ha por cima e por baixo do chão desse nosso berço esplêndido é propriedade inegociável das grandes corporações donas do sacrossanto Estado que nos dá ou tira “autorizações” para viver e para morrer.

O lema de todas é “nem um passo atras”, mas daí para baixo vivem numa luta surda não só pelos seus privilégios “adquiridos” mas, sobretudo, pela posse do poder mais que divino de distribui-los que pouco ou nada tem a ver com o que aflora na nossa superfície “democrática”. Tudo é sempre um jogo de truco onde nenhuma carta vale o que está impresso nela. Todo mundo anda sempre quatro ou cinco movimentos à frente.

A volta do carnaval vem marcada pela enésima “morte” de Michel Temer. A “temporada” estreou com o movimento da veneranda figura de José Yunes. O homem é um especialista; tipo uma Amazon em matéria de “logística” da putaria. Sabe o pacote exatamente certo para cada “mercadoria”. Repararam quantas vezes ele repetiu a “explicação” de que o tal envelope entregue no escritório dele endereçado a Eliseu Padilha, certamente continha “merreca” porque “1 milhão de dólares é do tamanho de uma caixa de uísque”? Porque, de repente, ele começou a agir como mulher “chifrada”, apunhalou o amigo e em seguida, saiu se desdizendo é uma história que “brasiliólogo” nenhum se deu o trabalho de reconstituir porque quem conhece a corte sabe que o Yunes é só o pavio, não é a bomba nem muito menos o alvo. Sobre ele basta, portanto, repetir a cada vez que se lhe menciona o nome, que “é amigo do Temer” desde criancinha.

O fato é que feito o recuo apoiado por esse indiscutivel argumento técnico, jogou-se por cima do dele o “depoimento” de Marcelo Odebrecht. “Seus 10 mais 10”! Agora sim tudo está devidamente recheado de milhões. E la estão os “brasiliólogos” especulando furiosamente sobre quanto isso “fragiliza” ou não Eliseu Padilha e…

Não perca seu tempo! Despreze os pormenores eruditos. Vá direto ao ponto. O movimento telúrico por baixo desses tremores é o mesmo de sempre. Yunes pra cá, Eliseu Padilha pra lá, fica estabelecido: se tocar nos “intocáveis” a “chapa Dilma-Temer” terá sido eleita com propina e o governo cai.

Presos e soltos; caídos e inderrubáveis, é sempre a isso que tudo se refere nessa nossa língua em que o pretérito tem futuro. Não têm nada a ver com justiça esses subitos pronunciares em voz alta daquilo que todo mundo sempre soube, ainda que, acidentalmente — pobre não tem luxos! — possa se comemorar um pouco de justiça feita com isso. O que ha mesmo é que os “intocáveis” sentem cada vez mais quente o bafo na nuca e estão mandando o recado: não interessa a altura do galho, quem ousar nos tocar tomba.

Não vão conseguir! Estão mortos! Só vão aumentar o preço da saída. Salarinho e previdência valor de face 1 não resolvem o problema nem reduzidos a zero. Só supersalário, frota de jato, mordomias e auxílios mil hereditários para todo o clã e mais a previdência pública valor de face 32 pagam essa conta.

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