sábado, 18 de março de 2017

A divisão do boi

I O partido combinou Com o fiscal impoluto: - Dê carne podre pro povo, Que eu quero o dinheiro bruto; Pode fazer vistas grossas, Autorizando o produto!

II Fizeram uma reunião, Começou um foi-não-foi, O líder do centro-oeste Levantou-se e disse: - Oi, Já é hora, companheiros, De dividir esse boi!

III - O filé pro presidente, Alcatra pro secretário, Um pouco de rebotalho Pode dar para o mesário, O chifre é do eleitor Pra deixar de ser otário!


IV Rosbife pro deputado, Cupim pro vereador, Uma picanha gordurosa Reserve pro senador E deixe o rabo pro povo Pra servir de abanador!

V Separaram o coxão mole Para o líder do partido; Para o cabo eleitoral Deram um lagarto partido, E quem balança a bandeira Ganhou miúdo mexido.

VI Foram dividir o frango Para a turma do fiscal: Deram o couro do pescoço À filha de Juvenal E a ponta do sobrecu Pro povo comer sem sal.

VII Mandaram os pés de galinha Para a turma do panfleto, Teve um churrasco de asa Lá pras bandas do coreto, Onde o povo se esbaldou Balançando o esqueleto.

VIII Nisso chegou Tony Ramos Com a cara de fadiga, Com o riso meio forçado De quem limpou com urtiga, Quando alguém gritou: - É ele E tá com dor de barriga!

IX Na festa Roberto Carlos, Depois de comer filé, Começou a passar mal (“Jesus, Maria e José!”), Foi tão grande a agonia Que ele esqueceu o pé.

X No fim Júnior da Friboi Fez uma grande saudação: - Minha carne é de primeira, O futuro da nação; Quem estiver com caganeira Corra pro Bar do Pirão, Que urna não é penico, É só xeleléu de rico Quem gosta de eleição!

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