sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Michel Temer dispõe de um latifúndio legislativo

A reeleição de Rodrigo Maia representa uma dupla vitória para o governo de Michel Temer. Além de manter no comando da Câmara um aliado que se revelou fiel, o Planalto consolidou o desmonte do centrão, grupo fisiológico que gravitava ao redor do ex-todo poderoso Eduardo Cunha.

Remanescente desse grupo, Jovair Arantes, membro da falange de Cunha que relatou impeachment de Dilma na Câmara, teve 105 votos, contra 293 obtidos por Rodrigo Maia. O centrão é como um elefante indiano. Precisa de um rajá para montá-lo. É um aglomerado fisiológico que, quando percebe que está dando com os burros n’água, se alia a burros mais secos.

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Quando ainda não estava com água pelo nariz, Eduardo Cunha usava esse grupo para changear o Planalto. Com o auxílio involuntário de Sérgio Moro, que passou Cunha na chave, o Planalto eliminou o intermediário. E abriu o balc

ão para comprar os que ainda não foram comprados com cargos, verbas e favores. Com a oposição reduzida a alguma coisa ao redor dos 100 votos, Temer espera aprovar as suas reformas. Pelo menos a da Previdência. Talvez a trabalhista.

Não há ideologia nessa operação. Em tempos de Lava Jato, o Congresso foi reduzido ao fisiologismo na sua forma mais inumana, bestial e demoníaca. Dilma se rendeu ao fisiologismo. Mas não conhecia as artes do ofício. Caiu. Temer, ao contrário, é considerado um grande compositor. Compõe com todo mundo.

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