terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Cidades inteligentes

Neste início de mandato dos novos prefeitos brasileiros, a única unanimidade num conjunto tão diverso é a penúria das finanças, com raríssimas exceções. A queda de arrecadação foi a principal causa apontada para situações graves. Mas será que é apenas isto? Ou as atuais práticas administrativas são obsoletas e os administradores públicos incapazes de promover o desenvolvimento planejado dos municípios?

Como, de forma financeiramente equilibrada, garantir os serviços básicos e ampliar o acesso à educação, à saúde, à segurança, aos transportes e ao desenvolvimento econômico? Como usar, entre outros meios, a tecnologia disponível?

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Nossas cidades são muito complexas. Nasceram, cresceram e se desenvolveram com base em fatores sociais, culturais, políticos e tecnológicos muito distintos. Mesmo após a era industrial e com o advento da urbanização, as cidades se desenvolvem de forma desordenada. A partir deste século XXI, as novas tecnologias de comunicação e informação passam a interferir no contexto urbano. Surgem, ainda com pouco planejamento, as denominadas cidades digitais globalizadas, onde as redes telemáticas fazem parte da vida cotidiana e constituem infraestrutura básica, mas ainda desordenada.

O desafio agora é reorganizar o espaço urbano e a integração das funções individuais e coletivas nas chamadas Cidades Inteligentes, resultantes do inevitável impacto das tecnologias digitais de informação e comunicação. O que importa, neste momento, é que todas as pessoas possam ter condições de se inserir no mundo do conhecimento, no mundo da igualdade virtual. Porque isso representa um efetivo caminho para conquista da cidadania.

Os especialistas identificam dez dimensões para definir o nível de inteligência de uma cidade: governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, meio ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano e a economia.

O maior objetivo de uma Cidade Inteligente é promover os vínculos sociais, democratizando o acesso à informação, produzindo dados para a gestão pública racional, interligando e promovendo as atividades políticas, culturais e econômicas, reforçando sempre a dimensão pública.

É hora de criar novas formas de comunicação, que incentivem a apropriação social das novas tecnologias, fortalecendo a democracia com novas experiências de governo eletrônico e propiciando, de fato, um processo de planejamento com a participação dos cidadãos.

Enfim, entre as mais importantes metas das novas administrações recém-empossadas, uma delas deveria ser a de construir, mesmo com recursos escassos, esta nova cidade, necessária para atender às demandas atuais e, principalmente, prepará-las para o futuro.

Cabe à sociedade um importante papel nestas formulações, participando colaborativamente. Todos podem cobrar dos novos administradores, como parte ativa e decisiva neste processo.

Benito Paret

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