quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Detalhes

Dizem que o diabo está nos detalhes. Detalhes são tudo o que não foi observado ou o que não foi levado a sério ou considerado. Numa hipótese mais profunda, o detalhe é aquilo que não interessava enxergar: o fora de cena ou o “esquecido”. O realizado se faz no palco — às claras —, mas não se pode esquecer das ilusões ou maluquices. Sim, porque quando o mentiroso padrão recebe 400 votos a favor da sua cassação e sua volta ao papel de cidadão comum, essa rara correção surge como um terremoto — ou o detalhe — coisa do diabo!

Ou de Deus! Diz-me Mario Batalha que considera esses lugares-comuns bobagens insignificantes. E quando eu argumentei que é justamente esse o ponto ou a pista que leva ao delito e ao criminoso, como nas velhas novelas policiais de Agatha Christie, ele — radical — simplesmente foi embora.

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O detalhe, para sermos mais precisos, jaz naquilo que o outro lembra e você esquece; ou, ao inverso, no que você “guardou” e ele não lembra. O pormenor (eis uma bela palavra...) é, muito frequentemente ou quase sempre, aquilo a que você, por algum motivo, não deu importância, como ocorreu na invasão da Rússia pelos nazistas ou no petrolão. Freud diria todo “esquecimento” tem múltiplos sentidos como tudo o que faz parte do universo dos símbolos — essa cadeia de sentidos que constitui o “humano” mas que não é exclusiva do gênero humano.

Quando eu roubei um pacote de giletes numa farmácia de Rio Largo, Alagoas, quando tinha 9 anos, eu obviamente me “esqueci” de que papai recebia uma conta do estabelecimento todos os meses, e esse momento de averiguação de gastos era algo dramático. De fato, papai se sentava à mesa da sala de jantar, convocava minha mãe e vistoriava com cuidado de fiscal do consumo as despesas mensais da farmácia, da padaria, da luz, da água, das lojas e do armazém. Ninguém da casa estava excluído desse ritual, e foi assim que foi liquidada minha microcarreira de ladrãozinho, na qual poderia — quem sabe — ter me “arrumado” ao lado desses lamentavelmente rotineiros nababos da república lulopetista.

Papai, que fazia barba com com navalha, inquiriu imediatamente se mamãe havia comprado aquelas absurdas giletes. Quando ouviu a negativa, telefonou para o dono da farmácia e, das mãos de Deus ou do balado do diabo, ouviu o cândido detalhe: “Vi seu filho ‘tirando escondido’ o pacote de gilete.” — É verdade? Os olhos de papai fuzilavam. — É! Respondi vermelho de vergonha e sem nenhuma desculpa. — Espero que isso jamais se repita. Ali eu descobri que há sempre um testemunho, uma prova, um outro olhar. No meu caso, esse pormenor consistia no fato de que donos de lojas vigiam suas mercadorias mesmo quando um garoto “inocente” as admira.

Esse foi um dos detalhes da minha vida. Hoje, eles são uma multidão. Como antropologista, eu costumo repetir que fazer antropologia social ou sociologia comparada, como diziam meus mestres, é aprender a discutir detalhes.

A semana que passou veio com a mais do que esperada denúncia do Ministério Público contra o Lula dos esquemas de corrupção que quebraram a economia e abalaram a espinha moral do Brasil. Do episódio devidamente televisionado, os jovens promotores de preto, como os “homens de preto” que caçam alienígenas na famosa série cômica americana, saíram os “detalhes” — as provas, evidências e pistas — que, desde os tempos do velho Sherlock Holmes, permitiam sugerir ou liquidar um caso. Afinal, a pista é um detalhe. É algo deslocado ou fora do lugar que aponta o crime ou o cerimonioso. No fundo, a pista é um símbolo intrusivo. Algo que não pertence àquele lugar, mas que ali surge como um figo podre ou um ato falho.

A segunda bomba veio com o “detalhe” do desaparecimento por afogamento do ator Domingos Montagner em meio às filmagens de uma novela na qual ele interpretava um herói que, milagrosamente, havia escapado das águas do Rio São Francisco, o mesmo “Velho Chico” que nomeia o drama. O pormenor aqui não é somente o da intrigante coincidência, mas o da morte sem aviso prévio. Essa partida do palco que abala fragilidade das rotinas que, em todo tempo e lugar, armam esquemas de vida construídos contra o inesperado. Aqui, é a comprovação de que somos mesmo feitos de vento. Nem o poder ou o sucesso garantem o inesperado. Esse detalhe que somente aparece depois que a caravana foi assaltada.

PS: Mais um detalhe. Temer ficou hospedado num hotel em Nova York pago, mas “esquecido”, pela entourage de Dilma. Mais uma prova da competência da gerentona inventada pelo ventriloquismo de Lula.

Roberto DaMatta

Deu chabu

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Esperavam-se as ruas pintadas de vermelho e incendiadas, no último final de semana, depois do rufar dos tambores do ex-presidente Lula. Mais: em um partido estruturado à base da unichefia e do centralismo lulista, a expectativa era a de que todos os candidatos petistas vestissem a farda, pendurassem a estrelinha no peito e fizessem da defesa de Lula o carro-chefe de suas campanhas, particularmente em seus programas televisivos.

Nada disso aconteceu. O país não entrou em clima de conflagração, conforme as previsões mais catastrofistas. Não tanto pela força e estabilidade do governo (cujo presidente pode viajar e discursar na Assembleia da ONU, sem correr riscos de ser destronado), mas pela falta de poder de reação do lulopetismo. O ato de domingo na Avenida Paulista foi mais uma demonstração de fraqueza do que de força.

Lula, é verdade, frequentará alguns palanques nessa reta final de campanha, particularmente em cidades onde o PT tem alguma chance de ir ao segundo turno, para dar continuidade à narrativa do “golpe continuado, do qual será a próxima vítima”. A questão é saber se sua presença mais ajudará ou atrapalhará as candidaturas petistas.

Os indicativos são de que Lula, ao contrário de eleições passadas, é um andor difícil de carregar, a não ser nos grotões do país. Por dever de ofício e até para cumprir tabela, os candidatos do PT devem pôr no ar uma nota de 30 segundos de defesa de Lula, preparada pela Direção Nacional. Mas pouco ou quase nada além disso. Pensam, antes de tudo, em sua própria sobrevivência.

E sobreviver não está sendo nada fácil. Com raras exceções, o PT se tornou o partido dos 8% de intenção de voto. Mesmo no ABC, onde nasceu, vai mal das pernas. Deve ficar fora do segundo turno até em São Bernardo. A toada é a mesma em quase todo o chamado “cinturão vermelho” da Região Metropolitana de São Paulo, nas cidades médias do Estado e em quase todas as capitais.

O PT lidera as eleições apenas em Rio Branco e Porto Velho, e passa vexame em Belo Horizonte, ficando atrás do PROS. Em São Paulo o atual prefeito em busca da reeleição, Fernando Haddad, corre sérios riscos de ficar fora do segundo turno. Com um desempenho inimaginável há um ano, pode até não alcançar a casa de dois dígitos dos votos.

A dez dias do pleito, não se vislumbra um milagre capaz de salvar o PT da hecatombe eleitoral.

O problema não é apenas o exército enfraquecido, sem poder de reação. É também o fato de seu comandante em chefe ter sido absolutamente surpreendido e obrigado a rever sua estratégia com suas divisões já em movimento. Quando não bem executada, a manobra costuma criar mais confusão e dispersão.

Consumado o impeachment, o estratagema do caudilho parecia adequado ao novo momento, capaz de levar sua tropa à ofensiva por meio do “Fora Temer”. Nos seus planos, essa bandeira serviria para tirar as candidaturas petistas da UTI e aplainar o terreno para seu retorno em 2018. Nesse escopo, concebeu-se o 22 de setembro como um dia de paralisação nacional, uma “greve geral”, como os mais afoitos passaram a chamar, para emparedar o governo às vésperas da eleição.

Lula calculava que, antes do pleito, as massas já estariam sublevadas contra as reformas que retirariam “direitos”.

O presidente Michel Temer, porém, não se deixou cercar. Internacionalmente está refazendo as pontes e negocia com parte das centrais sindicais as reformas previdenciárias e trabalhistas, para reduzir as resistências. Fica difícil mobilizar contra a “retirada dos direitos” se não está patente para as massas qual direito, concretamente, está sendo retirado.

A ação fulminante do Ministério Público Federal embaralhou tudo. Em vez de fazer um movimento ofensivo, Lula teve de passar para a defensiva. Foi forçado a construir toda a narrativa para evitar a paralisia de suas tropas. Conseguiu, no curto prazo, manter a coesão interna. Não ganhou, porém, a batalhas das ruas. E nem os corações e mentes dos brasileiros.

Dois fatores determinam o chabu da estratégia.

A bandeira da defesa de Lula não tem o mesmo apelo do “Fora Temer”. Não unifica nem mesmo os segmentos que pregam “Diretas Já”. Seu poder mobilizador limita-se às fileiras internas. O SOS Lula, por sua vez, bate de frente com o sentimento majoritário da sociedade.

Independentemente de eventuais excessos, a Força Tarefa da Operação Lava-Jato é admirada e respeitada pela maioria dos brasileiros. Uma coisa é eleger os parlamentares do Congresso Nacional ou Temer como “golpistas”. Outra é carimbar esse selo na testa do Ministério Público e do Judiciário.

Isso não cola. Lula que o diga. Já é réu e sem privilégio de foro. Terá de se ver com o juiz Sérgio Moro.

Cretinice não tem partido

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Se pede isso (a criminalização do caixa dois.), é lícito supor que caixa 2 não é crime. Se não é crime, é importante estabelecer penalidades aos que infringirem a lei. Agora, quem foi beneficiado no passado, quando não era crime, não pode ser penalizado 
Geddel Vieira Lima, Ministro-chefe da Secretaria de Governo e responsável pela articulação política 

Uso do cachimbo

Tempo para se dedicar à tarefa tiveram. O problema é que não quiseram e, assim, chegamos às vésperas das primeiras eleições sob a égide da nova regra com suas excelências propondo a revogação da lei que, segundo o veredito corrente no mundo político, não deu certo.

Conclusão apenas apressada caso fosse fruto de boa fé. Aquela decorrente do exame detido da situação, do cotejo de possibilidades, da busca real de alternativas, do pressuposto de que para motivar a comprador (o eleitor) é imprescindível melhorar a qualidade do produto (a prática político-partidária).

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O problema é que isso demanda esforço, coragem para enfrentar o risco, mudança de paradigma, disposição para a prática do convencimento, boas ideias, genuíno espírito público, criatividade, transparência, franqueza, talento e demais atributos sem os quais não se vence a inércia, não se dá um passo adiante.

A ideia seria fazer da eleição municipal um teste até para que os partidos começassem a se adaptar. Mas a campanha ainda nem terminou e lideranças dos principais partidos, incluído o presidente da Câmara, já decretam que a solução é a revogação.

Isso sem contar as ilegalidades já detectadas pela Justiça eleitoral e tribunais de contas: uso de laranjas, documentação de pessoas mortas, desvios indevidos do dinheiro (público) do Fundo Partidário, doações feitas em nome de pessoas físicas com recursos das jurídicas e por aí tem ido a prática da burla.

Líderes argumentam que não é possível acabar com o financiamento empresarial sem colocar “nada” no lugar. Por “nada” parecem entender uma fonte segura e permanente de recursos, quando o que se pretendia é que os partidos se mobilizassem para começar a depender mais do reconhecimento do eleitorado e menos do interesse do empresariado.

É o caso do uso do cachimbo. Em excesso deixa a boca torta. Quando da decisão do Supremo Tribunal Federal de proibir as doações de pessoas jurídicas, partidos e candidatos já sabiam que já não haveria dinheiro como antes. Óbvio. Era essa mesmo a ideia: tornar mais iguais as condições das campanhas e todos os candidatos. Muito vivos, fizeram-se de mortos a fim criar uma versão supostamente correspondente aos fatos.

Tira teima. O juiz Sérgio Moro aceitou a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio da Silva e mais sete pessoas apresentada na semana passada pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato, dirimindo, assim, qualquer dúvida sobre a existência de substância na peça produzida pela acusação.

A decisão era esperada. Inclusive pelo próprio Lula, cuja reação indicava exatamente o contrário do que disse em seu discurso em que acusou o Ministério Público de ter produzido um show de pirotecnia, mas não rebateu o mérito das acusações.

Algo parecido ocorreu em 2007 quando o então procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, apresentou a denúncia do mensalão. O relato dele também foi recebido com algum descrédito e alegações de que não havia provas contra os acusados. O Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia, instruiu o processo e, nele, produziu as provas que levaram às condenações.

Lula é réu, não é condenado. Se vier a ser, poderá recorrer. Só não poderá mais dizer que os procuradores envolveram-se numa “enrascada” ao denunciá-lo.

Um tiro nos pés... de Lula

Do alto de sua empáfia, o decano dos suspeitos submetidos a investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e auxiliar de fatiador da Constituição Renan Calheiros, presidente do Senado, disse: “O exibicionismo da Lava Jato tira prestígio do Ministério Público”. Agora cessa o que a antiga musa canta, pois um poder mais justo se alevanta: o juiz federal Sergio Moro calou os críticos da força-tarefa da “república de Curitiba” ao aceitar a denúncia dela contra Lula.

Ainda é difícil saber se, mesmo não estando mais incólume, o teflon que protegia Lula perdeu a capacidade de lhe manter o carisma. Antes de Renan, outros críticos desdenharam do pedido de sua prisão pelo promotor paulista Cássio Conserino. Tal impressão foi desfeita pela juíza Maria Priscila Ernandes Veiga Oliveira, da 4.ª Vara Criminal de São Paulo, que não achou a acusação tão imprestável assim: afinal, não a arquivou e, sim, a encaminhou para o citado Sergio Moro, titular da 13.ª Vara Federal do Paraná e responsável pela Operação Lava Jato, decidir. E as mesmas vozes ecoam esgares e esperneio da defesa de Lula contra o show de lógica clara dos “meninos de Curitiba”.

Acontece que em nada o dito espetáculo de uma semana atrás diferiu das coletivas anteriores, realizadas para a força-tarefa da Lava Jato comunicar à população, o que é necessário nesses casos pela gravidade dos crimes investigados e pela importância dos acusados sobre os quais recaem as acusações. À exposição sobre o cartel de empresas compareceram os mesmos procuradores, foi apresentado um libelo acusatório mais copioso (de quase 400 páginas à época e de 149 agora) e também se utilizaram recursos visuais (powerpoints) para ilustrar informações e explicações. Ainda como em todas as vezes anteriores, nesta a defesa do Lula respondeu apelando para recursos idênticos, e agora com uma agravante: a insistência numa frase para desmoralizar os procuradores, mas que não foi dita por nenhum deles: “Não temos provas, temos convicções”.

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Em parte por nostalgia de suas ilusões, como milhões de brasileiros encantados com o coaxar rouco do líder que Brizola chamou de “sapo barbudo pra burguesia engolir”, em parte por medo da vingança do ex-ídolo, se lhe forem devolvidas as chaves dos cofres da viúva, os neocríticos crédulos perdem o sono. O pavor do chororô da jararaca que vira crocodilo é antigo. Em 2012, a delação proposta por Marcos Valério Fernandes, que cumpre pena pelo mensalão, sobre a compra do silêncio de um chantagista que ameaçava comprometer Lula, José Dirceu e Gilberto Carvalho na morte de Celso Daniel, sucumbiu à omissão do então procurador-geral, Roberto Gurgel, e do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa.

O episódio acima foi narrado ao juiz Sergio Moro por Marcos Valério Fernandes, cuja versão não foi levada em conta porque seria um “bandido apenado”, ao contrário dos cúmplices com mandato, indultados no Natal pela mui compassiva companheira Dilma Rousseff. Deles só José Dirceu e Pedro Corrêa ainda moram na cadeia, acusados de terem delinquido direto das dependências do presídio da Papuda.

A versão de Valério, no depoimento repetido quatro anos depois, coincide com outra, que não deveria ser desqualificada, de vez que foi narrada pela voz autorizadíssima do ex-líder dos governos petistas no Senado Delcídio do Amaral (sem partido-MS). Nos autos do processo criminal, Sua Ex-excelência contou que, no início do primeiro mandato, o governo Lula era “hermético” e dele só participavam aliados tradicionais. Disso Dirceu discordava, pois já tinha combinado com o presidente do PMDB, Michel Temer, a continuação da “governabilidade” gozada pelo antecessor tucano, Fernando Henrique. Ante a perspectiva do impeachment, contudo, o chefão constatou: “Ou abraço o PMDB ou eu vou morrer”. Eis aí a lápide que faltava no quebra-cabeças.

Esta explica por que a bem pensante intelligentsiabrasileira cantou em coro com os advogados dos empreiteiros nababos condenados por corrupção e a tigrada petralha o refrão “Valério bandido jamais será ouvido”, que manteve Lula fora do mensalão. E esclarece futricas da República de Florença em Brasília que põem o PMDB de Temer e Calheiros a salvo da luminosidade dos holofotes da História. Assim, enquanto acompanha Gil e Caetano entoando em uníssono “eu te odeio, Temer”, a esquerda vadia e erudita se acumplicia ao direito ao esquecimento que têm desfrutado o atual presidente e seus devotos do maquiavelismo no Cerrado seco.

Sabe por que esses celebrados “formadores de opinião” rejeitam a “nova ordem mundial” (apud Caetano Veloso, promovido sem méritos à companhia de Cecília, Drummond e Rosa, citados pela presidente do STF, Cármen Lúcia, em sua posse)? É que agora a corrupção não fica impune como dantes. E a maior evidência de que o velho truque de esconder castelos de areia sob tapetes palacianos escorre nos esgotos das prisões é o fato de os empreiteiros Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro optarem entre colaborar com a Justiça ou mofar na cadeia, por mais caros e bem relacionados que sejam seus causídicos. Só ficaram soltos os felizes mandatários que gozam de prerrogativa de foro. A patota desfruta o privilégio de não responder pelos próprios crimes e modificar as leis para moldá-las à sua feição.

É por isso que, enquanto faz juras públicas de amor à Lava Jato, o alto comando do Planalto planta suas “preocupações” com a excessiva vaidade ostensiva, capaz de, cuidado, comprometer o “digno” trabalho da força-tarefa. Pois saibam todos que estas linhas leem que a fraude Lula não engana mais a grande maioria, como já enganou um dia. E que, ao contrário de antes, ele vai desmoronar, mercê do combate mundial à formação de quadrilhas que usam a Justiça Eleitoral para lavar dinheiro sujo. De fato, Dallagnol e Pozzobon atiraram nos pés. Nos de Lula...

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  Vale Barun, Nepal

Pela renúncia à hipocrisia

O trágico legado do governo petista – a maior depressão econômica da história do país, 12 milhões de desempregados e a queda de mais de 9% da renda per capita em apenas um ano (2015/2016) – retrata a combinação entre o capitalismo de compadrio com o aparelhamento do Estado e a corrupção que dilapidou os cofres públicos e a institucionalidade por um projeto de poder. Mas a crise oferece oportunidade única para enfrentarmos os desafios que condenam o Brasil ao baixo crescimento. Poucos países escaparam da armadilha da renda média e se tornaram nações ricas, cuja renda per capita supera 25.000 dólares. O Brasil pode lográ-lo a médio prazo.

O efeito exponencial do crescimento econômico é pouco intuitivo para a maioria das pessoas. Assim, o primeiro desafio será esclarecer como ele afeta nosso bolso e padrão de vida. Uma nação que cresce 1% ao ano dobrará a renda em 69 anos, mas o fará em apenas oito anos se crescer 8% ao ano. O impacto da taxa de crescimento sobre a renda individual é dramático. Se crescermos 1% ao ano, a renda dos nossos filhos será 30% maior que a nossa e 70% maior que a dos seus avós. Se o crescimento do país for de 8% ao ano, a renda dos filhos será sete vezes maior que a dos pais e 55 vezes maior que a dos avós. Portanto, as escolhas políticas dos próximos meses determinarão o ritmo do crescimento econômico e da renda das novas gerações.

A economia cresce pouco porque nossos valores, escolhas e crenças levaram a políticas perpetuadoras do intervencionismo estatal e do protecionismo que nos tornaram uma das economias mais fechadas do mundo. Retomar o crescimento tem de ser a agenda prioritária da sociedade, e não apenas uma pauta do governo. Essa agenda só avançará como políticas públicas se mudarmos de atitude e mentalidade. A mudança deve começar pelo setor privado. Os empresários defensores do liberalismo são os mesmos que vão a Brasília defender medidas protecionistas, isenção tributária e reserva de mercado. Chegou a hora de renunciar à hipocrisia, expor-se mais à concorrência e depender menos dos favores do Estado.

SáTiras De Holcroft:
John Holcroft
O governo e o Congresso terão de aprovar medidas impopulares. O teto para os gastos do governo, a reforma previdenciária e o equilíbrio das finanças públicas são imprescindíveis para reavivar a confiança na economia. O ganho de produtividade, fundamental na retomada do crescimento, demandará a flexibilização das leis trabalhistas e a simplificação de regras tributárias. Já abertura da economia, o aumento das exportações e a integração do Brasil às cadeias globais de produção serão medidas essenciais para o aumento da competitividade.

Estados e municípios terão dois grandes desafios: sanar as finanças públicas e atrair investimentos privados. Nesse aspecto, o Centro de Liderança Pública (CLP) divulga neste mês de setembro o Ranking de Competitividade dos Estados 2016, um instrumento que serve como orientação de prioridades e estratégias a serem adotadas por executivos estaduais. Santa Catarina é um bom exemplo de um Estado que utilizou o ranking para criar políticas de impacto. Em 2013, o governo estadual lançou o programa Gestão para a Nova Economia. Foram selecionados sete municípios para participar do programa, que tinha dois objetivos: primeiro, sanar as contas dos municípios por meio do equilíbrio fiscal; segundo, elaborar um plano de crescimento, baseado na vocação econômica da cidade. O projeto de equilíbrio fiscal aumentou em 77,4 milhões de reais a receita dos municípios e o programa tornou-se um exemplo de como Estados e municípios podem utilizar os indicadores do Ranking de Competitividade para fazer bons diagnósticos e criar um plano de ação voltado para estimular o crescimento e atrair investimento.

Há uma janela de oportunidade para cidades e Estados atraírem investimentos. Dinheiro para isso não falta no mundo. O que falta é determinação política para oferecer mais transparência, celeridade e segurança jurídica aos investidores. A crise obrigará a definir os valores que queremos preservar e aqueles que precisamos descartar para o Brasil prosperar e competir.

Lula leva PT junto com ele para banco dos réus

O Plano A era bombardear a gestão do PMDB, transformar a herança nefasta de Dilma Rousseff num fracasso de Michel Temer e conduzir a nova candidatura presidencial de Lula em triunfo até 2018. O Plano B é, é…

O PT não dispõe de um plano alternativo. Líder messiânico e único, Lula arrasta o partido e seus devotos junto com ele para o banco dos réus. Faz isso sem levar em conta que ajuda a afundar a legenda que fundou.

Os estrategistas do petismo não tiveram nem a possibilidade de analisar um plano de contingência. Já intuíam que Sérgio Moro converteria em ação penal a denúncia em que a força-tarefa de Curitiba acusou Lula de receber R$ 3,7 milhões em benefícios ilegais da OAS. Mas faltava-lhes material humano para esboçar uma tática alternativa.

Charge do dia 18/09/2016
Rendido às conveniências de Lula, o PT vê-se compelido a improvisar um Plano B, que consiste basicamente em levar o Plano A às suas últimas (in)consequências: desqualificar a gestão Temer e acusar as autoridades da Lava Jato de conspiração para arrancar Lula da urna eletrônica de 2018.

Como que antevendo o veneno, Sérgio Moro já inoculou o antídoto no despacho em que fez de Lula um réu. Disse não ignorar que, “entre os acusados, encontra-se ex-presidente da República, com o que a propositura da denúncia e o seu recebimento podem dar azo a celeumas de toda a espécie.''

Moro acrescentou: ''Tais celeumas, porém, ocorrem fora do processo. Dentro, o que se espera é observância estrita do devido processo legal, independentemente do cargo outrora ocupado pelo acusado.''

O que o juiz da Lava Jato escreveu, com outras palavras, foi o seguinte: ''Nos autos da Lava Jato, Lula é um cidadão comum. A pose de vítima não tem serventia jurídica. O réu e seus advogados terão de providenciar explicações convincentes, capazes de refutar as acusações da Procuradoria.'' Do contrário, o morubixaba do PT será condenado. Se a condenação for confirmada em segunda instância, Lula será candidato ao xadrez, não ao Planalto.

Imoralidade campeia

nice Esboço de um político corrupto: sem sentimentos, sem coração:  
Eu me nego a acreditar que um político, mesmo o mais doce político, tenha senso moral
Nelson Rodrigues 

O maior problema de Lula não é a Lava Jato, mas a mulher Marisa Letícia

Quando o ex-presidente Lula da Silva fez o discurso se defendendo da Lava Jato e chorou ao mencionar a mulher Marisa Letícia, não se tratava de encenação nem de recurso de orador messiânico. Era um desabafo sincero. Desde o dia 23 de novembro de 2012, quando a Polícia Federal lançou a Operação Porto Seguro e trouxe a público o romance de Lula com Rosemary Noronha, que ele nomeara chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo, a vida do ex-presidente se transformou num pesadelo infernal, que só faz piorar com a passagem do tempo progressivamente.

Marisa Letícia, a Galega, jamais o perdoou. Não aceitava justificativas nem desculpas, a situação era clara demais, a segunda-dama Rosemary substituía a primeira na grande maioria das viagens internacionais do então presidente, era um caso amoroso mais do que conhecido em todo o Planalto, até os funcionários subalternos sabiam, a humilhação foi arrasadora.

O romance com Rosemary era antigo, vinha da década de 90, mas Lula precisava continuar com a primeira-dama, não podia abandoná-la. Sem alternativa, tentou melhorar as coisas fazendo todas as vontades de Marisa Letícia, e foi daí que derivaram os graves problemas da ocultação de patrimônio (lavagem de dinheiro) no tríplex e no sítio em Atibaia.
De início, o casal Lula da Silva tinha entrado na jogada do edifício no Guarujá, armada por Ricardo Berzoini e João Vaccari, que mandavam na Cooperativa do Sindicato dos Bancários (Bancoop). Lula e Marisa ficaram com um apartamento simples, e no projeto do prédio aprovado pela prefeitura nem havia tríplex.


Marisa Letícia achou o apartamento pequeno, era um três quartos que nem chegava a 90 metros quadrados. Fui assim que OAS, que coma derrocada da Bancoop assumira a construção e incorporação do edifício, então se comprometeu a criar um tríplex e atender as pretensões da família. E para não pegar mal, a empreiteira improvisou um outro tríplex vizinho, mas sem o elevador interno e o requinte exigidos por Marisa Letícia e o filho Fábio, o Lulinha, com uma cozinha hollywoodiana, igualzinha a que seria instalada pela mesma OAS no sítio de Atibaia.
O sítio de Atibaia tinha sido comprado antes, ainda em 2010 e foi outra maneira de agradar a Marisa Letícia e unir a família toda em torno dela nos fins de semana, que raramente contavam com a presença de Lula.

Aos poucos, com as três reformas (Bumlai, Odebrecht e OAS), a propriedade foi sendo transformada num paraíso, com a ampliação do lago, o campo de futebol, a horta, as novas alas com suítes, a cozinha personalizada, a adega climatizada, os jardins, os bonecos de porcelana em tamanho natural na piscina, os pedalinhos, o barco, a antena dos celulares, e ali dona Marisa Letícia reinava absoluta, enquanto Lula vivia mais solto, de vez em quando aparecia num final de semana.

Mas de repente ocorreu a Lava jato e tudo desabou. Descobriu-se que, além do tríplex, havia outro apartamento reservado para os Lula da Silva no Guarujá, destinado a alojar os motoristas e seguranças. Também descobriram que, para agradar dona Marisa, Lula duplicara a cobertura em São Bernardo, incorporando o apartamento vizinho, que foi colocado em nome de um primo de Bumlai. E a família mantém outro apartamento no mesmo prédio, onde ficam os motoristas e seguranças.

Quando Lula chorou ao discursar, tinha bons motivos. Sua mulher briga e reclama o tempo todo, não consegue entender como seu reino desmoronou e põe a culpa nele. Agora, Marisa Letícia é ré de um processo em que considera não ter a menor culpa, acha que apenas usufruía dos bens que o marido lhe oferecia. Mas acontece que a lei atinge a todos, e ninguém pode alegar que a desconhece.

Portanto, além de dona Marisa, fatalmente também serão incriminados os “laranjas” que ajudaram a família, como o amigo Jacó Bittar e os sócios de Lulinha (Fernando Bittar e Jonas Suassuna), que assumiram a falsa propriedade do sítio para pagar antigos favores presidenciais.

O juiz Moro já deu até uma dica de que, na sentença final, talvez possa eximir Marisa Letícia de culpa, mas para ela nada disso interessa. Saiu no Jornal Nacional, antes da novela, e Lula não consegue explicar nada. Dois filhos e o sobrinho são investigados, a família está desmoronando, ela e Lula já nem podem sair de casa, quanto mais ir para o sítio, são prisioneiros de si mesmos, quando o pesadelo vai acabar? Foi por isso que Lula chorou ao discursar. Realmente, não lhe faltam motivos.

E o batom na cueca?

Deixei a poeira abaixar para não escrever no calor dos acontecimentos e cometer alguma injustiça com palavras impróprias aos fatos. Mas, agora, depois que o Lula já apresentou sua defesa em petit comitê para uma turma de militantes, muitos dos quais também envolvidos nos escândalos de corrupção da Lava Jato, permitam-me uma análise do que penso sobre a denúncia dos procuradores e a identificação de que Lula é, realmente, o chefe da organização criminosa, o capo di tutti capi brasileiro. Em princípio, acho que os procuradores estão certos ao pedir a denúncia do Lula. Preocupa-me, porém, a espetacularização do episódio.

Lula esteira andar a pe ate curitiba marilza esteira para treinar

Lula está envolvido em escândalos desde que iniciou o primeiro mandato, quando o Valdomiro, principal assessor de Zé Dirceu, foi flagrado achacando o bicheiro Carlinhos Cachoeira. De lá pra cá, as maracutaias petistas sempre estiveram na ordem do dia até culminar com a condenação de vários mensaleiros, alguns deles, reincidentes, ainda na cadeia. Pois é, Lula não pode negar agora que não conhecia ou não sabia que os cofres públicos estavam sendo arrombados, com a sua cumplicidade, por seus parceiros, desde que o STF apontou o dedo para Zé Dirceu como o chefe da quadrilha. Aliás, o que não falta nas fileiras do PT são os capus di capus da coisa nostra.

Os antecedentes condenam Lula e a quadrilha criada por ele para saquear o dinheiro das empresas estatais, principalmente o da Petrobrás.

As investigações são contundentes contra o ex-presidente. Ele é apontado por quase todos os delatores como o lobista de luxo internacional das grandes empreiteiras nos processos de corrupção da Lava Jato. Os depoimentos acusatórios estão lá nos autos. Dizem que Lula enriqueceu depois que montou o Instituto Lula, uma lavanderia sofisticada que tinha como finalidade lavar dinheiro da corrupção da Petrobrás simulando palestras do ex-presidente no exterior. O tríplex e o sítio, transformados em residências sofisticadas de Lula, também estão no pacote das denúncias. Os indícios apontam Lula e a sua mulher Marisa como beneficiários dos favores das empreiteiras. Os procuradores atestam que Lula foi citado 136 vezes pelos delatores como o personagem que sempre atuou nos bastidores na manipulação do desvio de dinheiro das empresas públicas, a exemplo da Petrobrás.

Tudo isso, porém, ainda não é suficiente para prender o Lula. Fazer isso é vitimizá-lo, como ele inteligentemente está fazendo. E o choro de um líder popular, diga-se, comove. Comove principalmente os cegos que teimam em não enxergar os fatos escabrosos descobertos pela Lava Jato. As lágrimas dramáticas derramadas pelo líder têm endereço certo: os militantes, os fanáticos ideológicos e os miseráveis do Bolsa Família crentes de que o benefício sai do bolso do seu mestre e não do estado como programa de governo.

Mesmo assim, como diz um senador de oposição, sereno na sua análise: “Ainda não encontraram efetivamente o batom na cueca” para uma acusação frontal e indiscutível sobre os malfeitos do ex-presidente. O que parece existir sutilmente é uma disputa jurídica nos bastidores entre os advogados do Lula e os procuradores. Magoados com a acusação de que estão criando factoides para justificar a prisão de Lula, os procuradores do Ministério Público partiram para um confronto em um show desmedido. E a justiça, cega como se diz, não pode se expor nem se confrontar com defensores de réus. Corre o risco de parcialidade e de perder o jogo diante dos artifícios mentirosos e levianos que normalmente o PT se utiliza para distorcer os fatos a seu bel prazer.

O trabalho dos procuradores e do juiz Sergio Moro é notável. Nunca, no Brasil, uma investigação chegou tão longe, prendeu tanta gente importante e ressarciu o erário com tanto dinheiro. Mas uma investigação como a que envolve o ex-presidente não pode deixar dúvidas quanto a sua responsabilidade nos crimes. Portanto, creio que houve precipitação na conclusão do inquérito. O Lula poderia ter sido intimado por Moro para depor, responder e se defender das acusações que lhe imputam. Daí quem sabe, teríamos um Lula vacilante diante das provas robustas e irrefutáveis do seu envolvimento nos crimes.

Agora, diante das dúvidas suscitadas pela explanação, cabe aos procuradores tirarem a carta da manga – se é que têm - e convencer os mais incrédulos de que Lula é realmente o chefe da organização criminosa.

Viva o estresse!

“Doutor, queria que o senhor acabasse com meu estresse.” Anos e anos, o doutor Rodrigo escutou essa frase de seus clientes. Com seu jeito lúdico, tratava de colocar ordem na casa: “Minha cara, infelizmente, não tenho autorização divina para essa ação e devo esclarecer que o estresse é a maior criação da natureza”, respondeu. E, com a paciência que anda faltando a muitos médicos por aí, ele explicava que graças ao mecanismo do “estresse” e sua sofisticação a partir dos mamíferos, que a essa reação se somou às emoções que esses dominaram a Terra. Para exemplificar, traz a melhor tradução para essa reação natural e fisiológica: quando em situações de risco absoluto – durante um assalto, quando um pit bull sai correndo atrás, ou um carro derrapa na pista – bem-vindo o estresse, que em milésimos de segundo nos deixa dez vezes mais rápidos, ágeis e inteligentes para lutar ou correr!

... algo em mim se perdeu alma que foi e não sei pra onde tão fora de mim tão fora de si não sei mais quem sou porque todo esse movimento nem é para ou pra fora é um sacudir-se para ver se encaixa no lugar. Não há espaço pra esse desgosto Nem um rosto com tanto desconforto só um ai perdido no peito um tique caído e nervoso um querer que já foi desmedido hoje é partido trêmulo e exposto. é o que poderia e nunca será uma dor que não cessa de machucar um fim que nunca chega um começo que se esq...:
O coração dispara para melhorar a circulação, a pressão arterial se eleva, a respiração aumenta para oxigenar o sangue, ficamos pálidos, pois o sangue vai para os músculos, o suor aumenta e até expressões antigas como “cagar” ou “mijar de medo”, ganha sentido já que ao se imaginar uma girafa fugindo de leões, abrir a cloaca para eliminar 30 kg de fezes ou relaxar o esfíncter para liberar 15 litros de urina, pode significar viver ou morrer para ela. Ou ainda ficar de orelha em pé pode aumentar a vigília para as zebras monitorando o movimento das hienas, bem como abrir as narinas para captar o feromônio da agressividade do predador.

Portanto, viva o estresse! Medo, angústia, amor aos filhotes, raiva e ansiedade aprimoraram o estresse dos que amamentam suas crias. A grande diferença entre o mamífero ser humano e os outros é algo de uma simplicidade franciscana. Após o susto, a correria, o aceleramento do leão que perseguiu o bando de zebras conseguindo ou não sua caça, o bando retorna para a beirada do lago e volta a comer seu mato tranquilamente. As narinas se fecham, a orelha abaixa, o coração normaliza, suaviza a respiração, pressão, ok! E os leões, hienas, leopardos voltam ao seu covil a 1.000 m dali. Sim meus amigos, o dr. Rodrigo após pedir um aplauso ao bom estresse, completava: “Se um pit bull vier atrás de vocês peçam que o sistema de estresse seja eficaz! Mas, e depois? O certo é que o mesmo estado alterado que muda minhas funções físicas e nos acelera logo após o perigo passar nos faz voltar a um estado de relaxamento. Escutaram bem? Re-la-xa-men-toooooo!".

E, nessa hora, o dr. Rodrigo falava em alto e bom som, acrescentando: “Nunca se esqueçam que o relaxamento é o passaporte para o prazer, alegria, satisfação!” E, para desespero dos ouvintes, completava: “Coitados dos preocupados, dos que sofrem por antecipação, dos que preocupam com julgamento alheio, têm ciúmes e criam seus filmes mentais, dos que são ressentidos, têm raiva, revolta e inveja entre outros tantos sentimentos negativos. Afinal, esses criam predadores e inimigos imaginários, são escravos de um futuro de ideia de ruína, preocupados, ou são reféns do passado angustiante que não mudará.”

Que saudades das aulas do meu antigo professor Rodrigo, que ensinava sobre o bom e o mal estresse. Que somos o único mamífero que temos estresse crônico, pois desaprendemos a relaxar naturalmente. Que não temos mais o tempo presente, pois no nosso tempo psicológico e diante da atual máxima em que pensar é igual a agir, o cérebro responde igualmente ao imaginário, ao que sonhamos, e aquilo que efetivamente fazemos. Assim, a realidade é aquela que construímos.

Se uma mãe fica até de madrugada esperando o filho da balada e imagina que teve acidente de carro ou está usando drogas, tais conteúdos são processados como uma realidade. Assim, o coração de mãe sofre objetivamente descargas de adrenalina, serotonina, que irão acelerar o coração. A pressão aumenta, vem insônia, diversos desconfortos físicos e psíquicos. Que pena, pois ao recusarmos a entender esse incrível mecanismo do sistema límbico do nosso cérebro, somos ótimos para disparar o estresse, criando predadores imaginários e péssimos para entender que Deus nos criou para a alegria, prazer, satisfação, recompensa maior para todos que a cada dia acordamos para lutar pela sobrevivência.