segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O galo sumiu

We had 1 rooster that looked like this one. It drove my dad nuts! Every time he entered the barn area the rooster would try jumping on my dad's neck or shoulders. Dad would sometimes carry around a stick to ward him off! lol I don't think we had him for very long.:
Parece que o galo cantou. A gente não ouviu. Nem sabe como é o galo. Ou se tem mesmo galo. Ou se o galo existe. E isto é preocupante.

Já com o ano novo nos encarando, resta aprender com 2016. E entender que o principal ensinamento parece ser que não entendemos nada. Ou quase nada, para ser um pouco generoso.

A vida é assim. Quando a gente não reconhece a realidade, ela nos atropela. E deixa a todos o desagradável de papel de explicar porque as previsões estavam erradas.

A gente parece nunca perder a oportunidade de não aprender. Cultivar a ignorância por vezes parece ser a mais humana das características. Como em retrospectiva tudo sempre faz sentido, todas as narrativas são validas. Basta ser logico. Mesmo que o logico não seja verdadeiro.

O Brexit deveria ter ensinado algo. No mínimo, era razão para a gente perceber que havia algo de estranho no mundo. Ali a surpresa também existiu. Mas não aprendemos. E continuarmos a ignorar os sinais. E veio, para não deixar duvidas a ultima eleição americana. Não deixou duvidas. A maioria quer mudanças. E vota por ela.

O resultado da eleição assusta. Muito. Ganhou um candidato que fez afirmativas absurdas do ponto de vista de valores. É fato. Mas não é somente o resultado que assusta. E olhe que ele assusta muito.

Talvez o que mais assuste seja a incapacidade daqueles que se autonomeados defensores de valores liberais em aceitar qualquer autocritica. Ou melhor, nestes tempos confusos, autocritica, só a favor.

De um lado, acusa-se o eleitor de tudo. E de mais um pouco. Como sua escolha fosse o resultado do atraso, da ignorância. Eleitor seria, neste raciocínio, inteligente somente quando vota como de acordo com as instruções previamente decididas pelo grupo que teria não somente a sabedoria, mas também superioridade moral. Eleitor bom seria eleitor controlado.

Em nome da igualdade, da justiça social, do fim do machismo e da discriminação, do combate ao racismo, contesta-se o resultado da eleição. Ignorando o fato de que, embora indesejável, inconveniente, e até mesmo ruim, o resultado da eleição deve ser respeitado. Sempre.

Melhor seria a autocrítica. Entender o que deveria ter sido ou ser feito de maneira a criar propostas e plataformas que interessem a maioria do eleitorado. Mas isso não é tarefa fácil. Implica reconhecer erros, fazer propostas, entender os outros. E isso é doloroso. E dá trabalho.

Mas talvez ao fim e a cabo da autocritica, emerge um quadro mais positivo. Propostas mais atraentes e ideias mais modernas em plataformas mais inclusivas. E políticos mais conectados com a realidade.
E a gente finalmente vai achar o galo sumido.

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