segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Epidemia de sífilis atrai ganância da indústria do remédio

Em meio ao alvoroço que provocou a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha, muita gente não se apercebeu que o país enfrenta uma epidemia de sífilis. Isso mesmo, uma doença do século XV, que praticamente desapareceu no resto do mundo, virou epidemia no Brasil, segundo alerta o próprio Ministro da Saúde Ricardo Barros. Como não bastasse, o vírus da Zika que vem provocando hidrocefalia nos recém-nascidos, agora estamos diante de outra doença que também afeta a futura geração ainda no ventre da mãe. Esse é mais um dos legados da herança maldita dos petistas que preferiram assaltar os cofres públicos a cuidar da saúde dos brasileiros.

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Ao constatar a epidemia, o Ministério da Saúde, mais uma vez, mostrou a sua espetacular incompetência na política de prevenção a doenças no país para impedir que muitas delas virem epidemia. Seus dirigentes aproveitam-se da situação para anunciar que o Brasil vai estimular a indústria farmacêutica a fabricar mais penicilina, pois, por se tratar de um remédio barato, ela quase não o produz mais. A pergunta que se faz é a seguinte: por que o Ministério da Saúde deixou que a doença contaminasse as mães e os bebês a esse ponto? Por que deixou virar epidemia para só então alertar para a grave situação? Será que por trás de tudo isso não está funcionando mais uma vez o lobby da indústria farmacêutica para entupir o Brasil de penicilina a preço exorbitante, como já aconteceu em outros momentos de crises fabricadas?

O brasileiro vive tão espoliado, tão massacrado pelo poder público que se tornou um povo descrente. Duvida de tudo. Não acredita mais em nada divulgado pelo governo. Está tão desiludido que reage até para o bom dia do vizinho. E tem motivos de sobra para isso. Na última década enfrentou todo tipo de epidemia: dengue, zika, chikungunya, aumento da AIDS e, agora, sífilis. Enfrentou tragédias de chuva e de seca, onde viu o dinheiro público ir para o ralo ou para o bolso dos políticos e empresários corruptos. A maior de todas as crises, entretanto, foi o desastre da administração da Dilma que deixou o país capengando, carente de tudo. O resultado do caos é essa mais nova epidemia, a de sífilis.

Os números divulgados pelo Ministério da Saúde são assustadores. Nos últimos cinco anos a doença avançou de forma incontrolável. Em 2014 foram registrados mais de 100 mil casos de sífilis em gestante no Brasil. O surgimento de bebês com sífilis congênita foi de 6,5 casos em 2015 para cada mil nascidos vivos, 13 vezes mais do que é tolerado pela Organização Mundial da Saúde, e 170% mais do que o registrado em 2010. A sífilis em gestante teve um aumento de 202%. Passou de 3,7 para 11,2 casos a cada mil nascidos vivos. E para a sífilis adquirida, a sífilis na população em geral, a taxa é de 42,7 casos para 100 mil habitantes.

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível. Quando não curada com eficiência ela pode atingir o cérebro e o coração levando a pessoa à morte. Como a penicilina é barata, há dois anos o remédio desapareceu do mercado. Para que a indústria volte a fabricá-lo, o Ministério da Saúde está disposto a pagar 50% a mais para trazê-lo de volta ao mercado. Assim, ele subiria dos atuais R$ 6,00 para R$ 9,00. Entendeu agora porque o antibiótico sumiu das prateleiras? É isso mesmo o que você pensou. Com o aumento, a penicilina entra de novo no mercado para acabar com a “epidemia” que a própria indústria farmacêutica provocou para forçar o Ministério da Saúde a aumentar os preços. E assim, passivamente, o governo vai desembolsar uma fortuna para combater uma doença que afeta principalmente países de extrema pobreza. Agora, epidêmico no Brasil.

Muda-se a mesa da sala, mas as cadeiras continuam as mesmas.

Jorge Oliveira

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