sábado, 29 de outubro de 2016

Como estimular o comparecimento

As abstenções, os votos nulos e em branco poderão superar as preferências dadas aos vencedores e aos derrotados nas eleições de prefeito nos municípios que amanhã estarão votando no segundo turno. Trata-se de um perigoso sinal. De um vexame, é claro, mas acima e além do desinteresse de parte dos cidadãos incumbidos de zelar pelo próprio futuro, de um libelo contra o voto obrigatório. Também, de um alerta para 2018. Caso o número de ausências supere o de eleitores, melhor seria encontrar novos mecanismos de aferição da vontade popular.

Pelas projeções ainda insuficientes para as eleições de presidente da República, parece que candidatos aos montes se apresentarão. E se mais da metade do eleitorado recusar-se a comparecer? A ridícula multa de 3 reais para quem faltar não pesará na equação. Pelo contrário, será um incentivo a que o eleitor fique em casa.


A rejeição ao processo dito democrático corre por conta da qualidade dos eleitos. Ou da falta dela. Agora, que mais uma vez se cogita da reforma política, seria oportuna a busca de alternativas. Que tal criar obrigações adicionais para os candidatos? Ou estabelecer filtros para a seleção de quantos pretendam submeter-se ao voto popular? Considerar inelegíveis para sempre quantos não tenham conquistado um certo número de votos nas eleições anteriores? Proibir reeleições em todos os níveis após o cumprimento de um único mandato?

Renovando os candidatos, quem sabe não se oxigenaria o eleitorado a ponto dele voltar a participar maciçamente do processo eleitoral?

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