domingo, 16 de outubro de 2016

Boa notícia: Petrobras volta à editoria econômica

Num instante em que a Petrobras ainda frequenta o imaginário das pessoas como um antro de incompetência e roubalheira, é uma tremenda novidade que a estatal, transferida para a editoria de polícia, volte a frequentar as manchetes do noticiário econômico. Além da importância econômica, a decisão da Petrobras de reduzir o preço da gasolina e do diesel tem relevância política. Pela primeira vez em muitos anos, o brasileiro tem a sensação de que a maior estatal do país voltou a ser gerida segundo critérios exclusivamente empresariais.

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Na gestão de Dilma Rousseff, os preços dos combustíveis eram decididos em Brasília, no Palácio do Planalto. Transparência zero. No ano eleitoral de 2014, registrou-se uma passagem cômica. Aloizio Mercadante, então chefe da Casa Civil, dizia que o governo represava tarifas e preços dos combustíveis para o bem da sociedade. Guido Mantega, então ministro da Fazenda, dizia que não, absolutamente, não havia controle artificial dos preços. E Dilma se fingia de morta.

Pedro Parente, o novo presidente da Petrobras, promote transparência na definição dos preços dos combustíveis, agora sem interferências alienígenas. Isso é ótimo para os negócios. Na primeira reunião sobre o tema, o preço caiu. Isso tem efeitos positivos sobre a inflação e os juros. Delfim Neto costumava dizer que, se o governo administrar um circo, o anão começa a crescer. Se a Petrobras se mantiver longe das nomeações políticas e a salvo dos sábios de Brasília, a bilheteria do circo pode melhorar.

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