terça-feira, 25 de outubro de 2016

A fadiga dos metais

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Magalhães Pinto era senador, havia deflagrado o golpe de 1964 como governador de Minas e permanecia candidato à presidência da República sem a menor chance na disputa com os generais. Perdeu a paciência quando viu que Ernesto Geisel seria o próximo presidente, imposto pelo regime castrense. A sagaz raposa subiu à tribuna do Senado e surpreendeu com duas iniciativas. Naquele ano, 1973, comemorava-se mais um aniversário do Manifesto dos Mineiros, do qual havia sido um dos signatários, trinta anos antes, de protesto contra a ditadura do Estado Novo. Solenemente, Magalhães puxou da caneta e anunciou estar reassinando aquele documento e ocupando a liderança da oposição.

Ao mesmo tempo, alertou os militares para o fenômeno que se alastrava pelo país: a fadiga dos metais. Referia-se ao que muitas vezes se verificava em aviação: uma aeronave estava perfeita, aprovada em todos os testes, sem um mínimo parafuso fora do lugar, mas, de repente, explodia. Era a fadiga dos metais, que se negavam a continuar voando. Assim acontecia com o regime imposto pelos quartéis. Não dava mais para aguentar a ditadura.

Por que se lembram aqueles episódios trágicos que redundaram, anos depois, na volta do Brasil à democracia?

Porque a fadiga dos metais chegou ao PT e aos companheiros do Lula. Não dá mais para aguentar a permanência dos atuais detentores do poder. O que falta das eleições municipais, domingo, completará a derradeira fase da rejeição nacional ao domínio do PT. O partido dos trabalhadores perdeu as condições de liderar os destinos da nação, da mesma forma como os generais haviam perdido o comando, apesar de insistirem ainda por algum tempo. Resta saber, agora, que tipo de aeronave servirá para transportar o Brasil. E com que tripulação...

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