quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Eleições: Livrar-nos dos maus e escolher entre os bons

A assim chamada classe política, há muitos anos, vem perdendo prestígio. Não é para menos. Os espaços de decisão nos parlamentos foram gradualmente sendo tomados de assalto por pessoas e grupos que conferem caráter criminoso a essa atividade. No sentido amplo da palavra - note-se - criminosos na vida pública não são apenas aqueles que se valem de métodos ilícitos para ascender na escalada financeira ou política. São-no igualmente os que usam de seu poder de decisão cuidando exclusivamente do interesse próprio, ou acovardando-se ante grupos de pressão, ou negociando apoios em troca de votos contra o bem comum. O crime que estes últimos cometem, embora não esteja capitulado em lei alguma, ofende a moral e exerce sobre o erário efeito mais devastador do que a corrupção. Seria ainda maior a insatisfação contra os políticos se os eleitores prestassem atenção à insensata criação de despesas, à concessão de privilégios a alguns às custas do que é de todos e ao pouco caso de tantos homens públicos para com seus deveres funcionais.

À sombra dessa realidade, prospera entre os eleitores uma rejeição "aos políticos" que se faz acompanhar, por vezes, da decisão de não mais votar. "Já me desiludi com tantos!", exclamava-se recentemente um amigo com quem conversava sobre isso. Aquela frase levou-me a uma reflexão que, em seguida, me trouxe às linhas que agora escrevo. Pus-me a listar os candidatos a cargos legislativos nos quais votei ao longo dos anos, até onde a lembrança alcançava. E - surpresa! - não encontrei uma única razão para arrependimento. Alguns se elegeram, outros não, mas todos tinham e mantiveram as qualidades que me levaram a lhes conferir confiança e voto. Aliás, em eleições parlamentares (deputados estaduais e federais, e vereadores), nunca me faltaram bons nomes em quem votar. O que muitas vezes faltou a tantos deles foram votos para obter o mandato que buscavam. Eu tinha um voto para dar e alguns a orientar, mas para os demais candidatos não tinha o que fazer.

Não tinha o que fazer, até hoje. O Brasil precisa que deixemos de lado a inibição. Entre as muitas coisas de que a nação carece, de que a vida pública está a exigir, estão muitos desses homens e mulheres que, por falta de voto, frustram suas vocações enquanto, na mesma proporção, a representação política perde qualidade.

O motivo pelo qual nunca me arrependi dos votos que dei está no fato de sempre os haver direcionado para pessoas cujos princípios, valores, ideais e convicções conhecia e compartilhava. A finalidade deste artigo, então, é disponibilizar pequena lista de candidatos que integram meu círculo de relações com proximidade e convivência. São pessoas nas quais eu votaria se tivesse vários votos a dar. Obviamente, existem muitos bons nomes nas listas de diversos partidos. Alguns, inclusive, são pessoas que conheço, mas com as quais mantenho um nível menor de relacionamento.

Os primeiros listados a seguir por ordem alfabética são membros do grupo Pensar +, candidatos a prefeito e a vereador de Porto Alegre, e têm o apoio do grupo. A prefeito: Fábio Ostermann e Nelson Marchezan. A vereador: Fernanda Barth, Felipe Camozzato e Ricardo Gomes. Também concorrem, e os destaco como merecedores de confiança: Fernando Coronel, João Carlos Nedel e Mônica Leal.

Os espaços da política são inóspitos às pessoas de bem. Por isso nos faltam estadistas. Então, quando pessoas assim se dispõem a atuar nesses ambientes, o melhor que podemos fazer é apoiá-las de modo decidido para que alcancem os votos necessários. Faça isso você também, esteja em que recanto deste país estiver. O Brasil precisa tanto dos bons quanto de livrar-se dos maus.

Percival Puggina 

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