sábado, 3 de setembro de 2016

Cuba, Bolívia, Venezuela e Equador: A fonte secou

Assim como o Renascimento deve muito à atividade dos mecenas, membros abastados da elite daqueles tempos, assim também existe, há anos, um mecenato político vermelho. Nesse sentido, está a merecer estudo a atividade da Secretaria de Relações Internacionais do PT. Foi dali que saiu o senhor Marco Aurélio (top top) Garcia para determinar, até bem pouco, tudo que realmente importava no Itamaraty. Graças a essa interferência de um partido nas relações externas do Brasil, nosso governo, desde 2003, esteve para os articulados no Foro de São Paulo mais ou menos (não é uma analogia perfeita) como a Rússia para seus países satélites.

Havia uma coincidência ideológica, de estratégia e de interesses. Unidos por objetivos de conquista e preservação do poder, esses grupos políticos, no início do século 21, descobriram que era mais fácil e menos perigoso fazer a revolução pelo voto, valendo-se da democracia para destruí-la, do que pela insurgência. Seguiram todos pelo mesmo caminho e vinham se dando bem. Unia-os a veneração às barbas de Fidel, o desejo de reproduzir nos respectivos cercados a longevidade da dinastia Castro, a antipatia pelos Estados Unidos, o discurso de ódio aos machos de pele branca da classe média para cima e, claro, desastrosas políticas econômicas de intervencionismo estatal.

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Lula, e depois Dilma, se tornaram os mecenas do clube. Passaram a financiar obras públicas a juros que nós subsidiávamos, a contratar presumidos médicos cubanos, a permitir que tomassem instalações da Petrobrás na Bolívia, a pagar acima do contratado por energia paraguaia de Itaipu, a doar (como se vê em vídeo que recentemente postei em (www.puggina.org/videos) milhares de toneladas de cereais. Por essas e muitas outras, os membros do clube bolivariano reuniam-se frequentemente para ouvir os dois mecenas. Recebiam-nos com brilho nos olhos, como se o tamanho da nossa economia fosse sinônimo de riqueza disponível e socializável e os escutavam como estagiários diante de Bill Gates.

Se você, leitor, crê que aqueles atos de generosidade petista tinham alguma relação com solidariedade internacional, está muito enganado. Nosso governo lixava-se para uruguaios, paraguaios, argentinos, bolivianos, equatorianos, venezuelanos, nicaraguenses e cubanos. Sua solidariedade se dirigia aos governantes desses países. Tanto era assim que se desinteressava imediatamente tão logo o poder local trocasse de mãos.

Agora que a casa caiu, a fonte secou e a boca livre acabou, os governos de Cuba, Bolívia, Equador e Venezuela fazem beicinho e reclamam porque o Brasil retirará o apoio que prestava àqueles tiranos explícitos ou disfarçados.

Percival Puggina

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