sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Coração, pulmão e política

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O que somos e para que existimos?

Essa inquietude nos permite mudar, crescer e buscar razões para uma existência melhor.

A medicina, ciência inexata e ampla, que busca preservar a saúde, física e mental, nos exercita na procura por respostas precisas.

Na anatomia (estudo da forma e da estrutura) e na fisiologia (estudo das funções e do funcionamento normal) do corpo humano iniciamos nossa jornada.

Vamos ao coração. Esse órgão é um músculo especializado, retorcido, que funciona de maneira involuntária e como uma bomba propulsora. Possui quatro câmaras: átrio e ventrículo; à direita e à esquerda. Como numa parada de elevador, o coração abre e fecha suas portas - válvulas -, enviando o sangue para suas diversas partes e para o resto do corpo. O átrio direito recebe o sangue pobre em oxigênio que vem de todo o organismo, e depois envia para o ventrículo direito. Este, também em movimentos sincronizados, envia o sangue escurecido para os pulmões.

Pulmões, colméias fantásticas que abraçam lateralmente o coração, são formados por canais distintos por onde passam ar e sangue sem se misturar, mas permitindo as trocas gasosas essenciais - nossa respiração. Diferentemente do coração, órgão único, mas com lados distintos, temos um pulmão à direita e outro à esquerda. Um corpo com apenas um pulmão perde parte da capacidade de oxigenar o sangue. Não pense, caro leitor, que, nesse caso, basta aumentar a concentração de oxigênio para solucionar o problema, pois o ar que respiramos é uma mistura gasosa, composta principalmente por oxigênio e nitrogênio. Administrar apenas oxigênio em alta concentração pode ser tóxico. O tratamento de uma de infecção nesse pulmão único, por menos virulenta que seja a bactéria, será sempre mais complicado, custoso e com maior possibilidade de fracasso.

O sangue que sai do lado direito do coração pode ir para qualquer um dos pulmões. Pouco importa qual receberá a missão de oxigenar o sangue, pois não há preferência de lado quando órgão é saudável. Missão dada, missão cumprida.
Feito seu trabalho, alternando pressão negativa e positiva da cavidade torácica, os pulmões encaminham o sangue para o lado esquerdo do coração: o átrio o recepciona, e o ventrículo, mais robusto, o impulsiona para o restante do organismo. Esse ciclo é ininterrupto, pouco importando em que pulmão o sangue foi oxigenado.

Agora preciso explicar por que escrevi “política” no título deste artigo.

O ser humano, sem importar sua origem e seu desenvolvimento social, é um ser político. Precisa se relacionar para poder viver melhor, pois seu isolamento é ruim. As regras que norteiam esses relacionamentos devem ser complementares como a anatomia e a fisiologia de um corpo saudável.

Neste texto, ao escrever sobre coração e pulmões, eu me dirijo aos políticos profissionais. Afirmo que a anatomia é irmã da fisiologia. Já o fisiologismo é o pai do autoritarismo.

Reflitam sobre isso, oxigenando seus corações.

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