sábado, 2 de maio de 2015

Professores brasileiros: Entre os mais mal pagos do ranking mundial

O Brasil é o lanterninha em um ranking internacional que compara a eficiência dos sistemas educacionais de vários países, levando em conta parâmetros como os salários dos professores, as condições de trabalho na escola e o desempenho escolar dos alunos.

O ranking é de setembro do ano passado, mas volta à tona no momento em que o governo paranaense aprova uma redução nos benefícios previdenciários dos professores do Estado.

A votação da lei elevou as tensões e levou a um tumulto no qual pelo menos 170 pessoas ficaram feridas após a repressão policial de um protesto de professores em Curitiba. Os professores paranaenses estão em greve desde sábado (25 de abril).

Em São Paulo, professores da rede estadual estão em greve desde 13 de março, reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

O estudo internacional foi elaborado pela consultoria Gems Education Solutions usando dados dos mais de 30 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns emergentes, como o Brasil.

Nele, o país aparece como um dos últimos em termos de salário pago aos professores, por exemplo.

O valor que os educadores brasileiros recebem (US$ 14,8 mil por ano, calculado por uma média de 15 anos e usando o critério de paridade de poder de compra) fica imediatamente abaixo do valor pago na Turquia e no Chile, e acima apenas de Hungria e Indonésia.

Os salários mais altos são na Suíça (US$ 68,8 mil) e na Holanda (US$ 57,8 mil).

Os professores brasileiros também são responsáveis por mais estudantes na sala de aula: 32 alunos, em média, para cada orientador, comparado com 27 no segundo lugar, o Chile, e menos de 8 em Portugal.

Combinando fatores como estes com o desempenho dos alunos – entre os piores entre os países pesquisados – a consultoria coloca o sistema educacional brasileiro como o mais ineficiente da lista.

"Nossas conclusões sugerem que o Brasil deveria cuidar do salário dos professores para alcançar o objetivo da eficiência educacional", diz o relatório.

Para a consultoria, a meta seria um salário quase três vezes maior que o atual.
Deficiências no gasto

Os dados mais recentes da OCDE mostram as debilidades no gasto educacional brasileiro.

Segundo a organização, o gasto do governo brasileiro com educação cresceu rapidamente desde o ano 2000, atingindo 19% do seu orçamento em 2011 – a média da OCDE foi de 13%.

O gasto público com educação chegou a 6,1% do PIB brasileiro, acima da média da OCDE de 5,6%, e à frente da proporção de outros latino-americanos como Chile (4,5%) e México (5,2%).

Porém, o gasto do Brasil com a educação pública foi o segundo menor de todos os países da OCDE e parceiros – US 3.066, contra uma média de US$ 9.487. O país ficou em 34º no ranking de 35 países da organização.

O pitbull educador

Os cães do governador Beto Richa contra os professores, em manifestação por uma nova cafajestada governamental no fundo dos servidores estaduais, é a linha dura mais extrema, e canalha, para defender interesses políticos de governos desarranjados. Soltou cachorros para defender que 33 mil beneficiários com 73 anos ou mais sejam transferidos para o Fundo Previdenciário, bancado por contribuições dos servidores. E assim economizando no que gastou desbragadamente.

Não foi a primeira vez, nem parece ser a última, em que o professor é o Cristo que o Judas governamental apedreja, depois de explorar. Se condena o ato de guerra, típico de regimes ditatoriais em plena apelidada democracia, mas não se deve esquecer nunca que contra a educação soltam os cães todo santo dia.

O governador pitbull só materializou o que qualquer governo, de qualquer partido, no Brasil, ainda traz no bojo: o ranço autoritário. A saudada "Pátria Educadora", nada mais do que um apêndice típico de costume ditatorial, pode não ter cães, mas ladra do mesmo jeito e morde como um pitbull.

Apesar dos grandes nomes no país, e entre eles não estão os notáveis de hoje dos governos, há muito maltratamos a educação diariamente. Basta acompanhar o noticiário com tanta greve de professores e casos policiais em escolas.

Ainda acham os doutores políticos que escola é linha de montagem para ensinar a ler e a escrever; professor um mero mestre escola, barnabé que quando pede aumento de salário leva borrachada; a escola qualquer buraco.

Como os cães de Richa, estraçalham a educação com seus projetos mirabolantes como os netbooks para todos os alunos no país e internet em todas as escolas, maravilha petista de Alosío Mercadante - anúncio que originou a farra de notebooks em Maricá com njúmero de unidades superior ao de alunos.

Educação só tem servido para pronunciamentos bombásticos quando na realidade ainda se espalham as escolas de lata petistas, os gastos superfaturados de programas sem efetividade para professores e alunos. Um circo armado por aqueles mesmos que um dia comandaram salas de aulas, mas hoje, nos gabinetes, tratam a escola como um mero reduto de poderio eleitoral. Se lixam para a educação com o mesmo descaso com que tratam do país.


Para o povo, o lixo

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Palavras ao vento

Resultado de imagem para fhc ao vento chargeO ex-presidente FHC (1995-2003), mestre dos mestres, o ser mais sábio sobre a face do planeta, a quem todos chamam carinhosamente “Boca de Tuba”, é tido e havido como espécie tupiniquim de Fernando Lugo, aquele ex-presidente paraguaio que, enquanto bispo da Igreja Católica, tentou povoar o país guarani com filhos bastardos nascidos em várias partes do território. Os dois são dignos referenciais de moralidade!

A sacristia da Igreja do bispo correspondia ao gabinete senatorial de FHC, ao se falar em ponto de encontros amorosos “fora da agenda oficial”. Afirma-se que, ainda hoje, existem suspeitas sobre a paternidade de várias crianças do vizinho país, atribuídas ao bispo. No Brasil, FHC aceitou oficialmente apenas um (que logo se apressou em dizer que o teste de DNA negou), “esquecendo” um segundo filho nascido da cozinheira do então senador paraibano Ney Suassuna (PMDB).


Perito na arte da reprodução humana, FHC, a quem Millôr Fernandes dizia estar muito acima de Phd, tem se dedicado nos últimos dias a realizar acordos e conchavos condenáveis. Ele quer, digamos, “ajustar” dificuldades que possam surgir no caminho do seu partido, o PSDB, possíveis sequelas da grande roubalheira denunciada e nunca apurada no período em que sua ex-excelência desfrutava vantagens oferecidas pela piscina do Palácio da Alvorada e pelo helicóptero da Presidência da República.

Foi assim que na última quarta-feira (29), FHC compareceu a jantar com João Dória Júnior (que em época áurea montou um site em que dizia “cansei”, fazendo “oposição” ao governo da ladroagem petista), ao lado do dono de uma das empreiteiras envolvidas no roubo da Petrobras, Marcelo Odebrecht, ocasião em que o amadíssimo Boca de Tuba declarou:

“-Vivemos um momento de desesperança no Brasil e isso não pode ocorrer. Não podemos conviver com falta de esperança e tristeza. Tecnicamente, sabemos o que é preciso fazer, e está sendo feito.”

A afirmação, veiculada na página d’O Antagonista, foi dita no mesmo dia em que o ministro do STF, Teori Zavascki, relator do processo conhecido como petrolão, aproveitou o fato de os advogados de Ricardo Pessoa (dono da UTC), solicitarem habeas corpus para seu cliente, e liberou por sua conta mais oito implicados na roubalheira, prestes a fazer acordo de delação premiada com a Justiça do Paraná.

Essa arrumação dentro da Justiça vem sendo anunciada desde o dia em que o ministro Dias Toffoli aceitou a “ideia” de Gilmar Mendes e solicitou transferência para a Segunda Turma da Corte que irá julgar futuras ações penais da Lava Jato (que investiga desvio de recursos na Petrobras.). Ô Turma boa! Toffoli, ex-advogado do PT e reprovado em dois concursos para juiz de primeira instância, foi colocado na mais alta Corte do país pelo assaltante dos cofres públicos Lula da Silva, o Lularápio.

FHC, que no seu governo foi acusado de tudo e mais alguma coisa, passou o primeiro mandato “lutando” para aprovar (e aprovou) a emenda constitucional da reeleição, sendo denunciado por vários deputados pelo fato de ter comprado cada voto de aprovação por cerca de R$ 200 mil. À época, vários deputados federais do Acre prestaram depoimento e apresentaram provas. Deu em nada!

Ultimamente, FHC tem se empenhado ao máximo em abafar a ideia que surgiu dentro da cabeça oca de alguns de seus liderados, pedindo o impeachment da cúmplice da roubalheira na Petrobras, Dilma Roussef, a mulher mais ignorante, semialfabetizada e estúpida que aportou no Palácio do Planalto.

O filósofo alemão Hegel disse que “A História nos ensina que a História não nos ensina nada.” O mundo é mesmo muito chato. As pessoas só aprendem na violência.
Márcio Accioly

Um déspota à brasileira

Como qualquer déspota africano do passado, Lula passeia com biógrafo debaixo do braço, o mesmo que exalta Dirceu como “herói do povo brasileiro”. As turnês dos siameses biografado e biógrafo renderão lances inéditos para uma biografia extensa e custosa aos olhos da cara do brasileiro - o manancial de corrupção. Nenhum se envergonha de abusar da pobreza de um país, dar um tapa na cara de quem trabalha, fazer sofrer em hospitais públicos quem precisa de atendimento. Pairam impunes e coniventes sobre a miséria humana como divinos, abençoados. Que isenção terá o livro de sangue de uma história escrita para exaltar a grandiosidade de um cretino?

A burrice vence a esperteza


O recente balanço do desastre da Petrobras é a prova contábil e irrefutável de uma triste verdade brasileira: a incompetência, a má gestão ou a simples estupidez, mesmo movidas pelas melhores intenções, dão mais prejuízos do que o roubo e a corrupção.

Na devastação da Petrobras, a burrice irresponsável venceu a esperteza criminosa por 41 a 6 bilhões de reais. O que é o rombo da corrupção perto dos prejuízos que os não ladrões despreparados e incompetentes, e os que os nomearam, deram à empresa?

É o resultado de uma política de ocupação de cargos de alta importância e responsabilidade por quem tem como única credencial a lealdade ao partido ou a militância sindical.

Assim como na ditadura esses cargos eram ocupados por militares, que nada entendiam daquelas atividades, mas tinham a confiança de seus superiores de que não roubariam e não abrigariam inimigos da revolução, Lula deu a mesma função e prestigio aos sindicalistas.

O que um bancário sindicalista que luta por aumentos, participações nos lucros, hora extra, semana de 40 horas e, sobretudo, odeia visceralmente a instituição “banco” (sonha ver todos estatizados) pode entender dos complexos negócios de um banco numa sociedade de mercado?

Militância no sindicato dos petroleiros dá a alguém competência e condições técnicas para administrar grandes estruturas de exploração, refino e comércio internacional de petróleo? A resposta está no balanço da Petrobras.

Essa é uma das mais malditas heranças de Lula, a “sindicalização” do país, abrigando companheiros onde não estavam qualificados, reduzindo a politica à lógica — e à ética — das eleições sindicais, e à função, legítima e necessária, de um sindicato: conseguir mais e melhor para os seus companheiros. Faz sentido.

Mas um país não é um sindicato. Nem pertence a um partido. A mais maldita das heranças do PT é o aparelhamento das estatais para um projeto de poder que teve na Petrobras o seu melhor e pior exemplo.

Mais que um impeachment ou uma alternância de poder numa eleição livre e democrática, a reforma que o Brasil mais precisa é instituir a meritocracia.

Nelson Motta

Tempos cabulosos

 É lastimável. Nós estamos vivenciando tempos muito estranhos, em que há perda de parâmetros e abandono de princípios".
Ministro Marco Aurélio Mello sobre necessidade de ministros deverem prestar esclarecimentos à sociedade como no caso Dias Toffoli 

Crise moral

Foi há poucos dias: o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Lee Wan-Koe, renunciou em consequência de denúncias de corrupção.

A denúncia: teria recebido fundos ilegais em sua campanha para deputado, no valor total de R$ 80 mil — dinheiro que os promotores da Lava-Jato nem levariam em consideração.

O denunciante: um empresário que diz ter feito os pagamentos.

O empresário suicidou-se. No bolso de seu paletó, a polícia encontrou uma lista de nomes de políticos que haviam sido subornados.

O primeiro-ministro, que estava nessa lista, alegou inocência, mas disse que não tinha mais condições éticas de permanecer no cargo. Afinal, ele havia assumido o cargo prometendo “guerra à corrupção”.

Dois anos atrás, outro primeiro-ministro renunciou, ao assumir a responsabilidade pela ineficácia dos órgãos públicos na prevenção e no resgate às vítimas do naufrágio de um barco lotado de estudantes. Reparem: ele se considerou responsável pelos erros de funcionários de vários escalões abaixo e sobre os quais não tinha controle direto. Mas estava certo: ele tinha, digamos, o domínio do governo.

Por aqui, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, são investigados no Supremo Tribunal Federal, e acham que isso não tem nada demais. Não largam o cargo porque certamente lá têm mais força para fugir das acusações.

E todo mundo vai deixando por isso mesmo.

Os conflitos se multiplicam. Renan, por exemplo, comanda o processo de aprovação de um novo ministro para o Supremo — ministro que irá julgá-lo.

Tem gente que acha isso moralismo. Mas está na cara que tem uma grave crise ética no país.

Carlos Alberto Sardenberg

Falar ou calar, companheira Dilma?

Para qualquer lugar que se olhe, os números justificam a cisão entre PT e trabalhadores

O 1º de Maio, Dia do Trabalho, deveria ser uma data de gala para o Partido dos Trabalhadores. O PT está no Poder há mais de 12 anos, legitimamente eleito em quatro consultas consecutivas à população. Lula duas vezes. Dilma, mais duas. Por que então a presidente decide não fazer o pronunciamento tradicional em cadeia de rádio e televisão para 200 milhões de brasileiros? Por que não agradecer o voto de confiança dado a ela há apenas alguns meses – que já parecem uma eternidade?
lailson 01052015
Medo de um panelaço pior que o do Dia da Mulher. Panelas novas, panelas importadas, panelas velhas, panelas arranhadas. Medo do barulho infernal que pode emergir de residências caras, apartamentos modestos ou barracos. Medo da reação dos trabalhadores, não importa quanto ganhem. Medo da desilusão dos que perderam o emprego. A taxa de 6,2% de desocupação é a mais alta desde maio de 2011. O total de desempregados aumentou 23,1% em relação a março de 2014. As contas públicas registraram o pior trimestre em 17 anos.

O governo nega medo de panelaço ou de vaia. Dilma prefere gravar e divulgar alguns vídeos com mensagens nas redes sociais, segundo o ministro da Comunicação, Edinho Silva. O PT não gostou dessa desculpa tecnológica. Dirigentes petistas acham “um absurdo” e criticam a “covardia” de Dilma. Lula também pressiona a companheira. Há duas semanas, ele apelou em reunião com sindicalistas: “Dilma, se tem gente para te defender para sair dessa enrascada, é esse pessoal aqui”.

Qual enrascada? Para qualquer lugar que se olhe, os números justificam a cisão entre o PT e os trabalhadores. Tivemos o pior desempenho da história da caderneta de poupança, com os saques superando os depósitos em R$ 23 bilhões. O salário acaba antes do mês. Brasileiros raspam suas economias. É a maior carestia em 12 anos. A inflação e a desaceleração econômica aumentam as demissões e diminuem o poder de negociação salarial. A renda média do trabalhador foi reduzida em 2,8% em março – a maior queda em um mês desde janeiro de 2003, segundo o IBGE.

Em 2003, em seu primeiro Dia do Trabalho como presidente, Lula fez um discurso na Igreja da Matriz, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Foi uma fala de improviso, coisa inimaginável para Dilma. “E eu tenho, na minha cabeça, cada discurso que fiz na minha vida, eu tenho na minha cabeça cada compromisso que eu assumi em praça pública, eu tenho na minha cabeça programas de governo e eu tenho na minha cabeça que, se falhar, quem falhou foi um pedaço da história deste país e, possivelmente, iremos passar muitos anos para que a gente possa reconstruir a esperança que brotou no nosso país.” Premonição?

Lula dizia querer ser lembrado pela qualidade de vida de homens e mulheres. “E sobretudo pela qualidade da educação e da saúde que a gente quer implantar neste país.” Para tanto, o governo precisa “ter a habilidade de envolver a sociedade brasileira para se tornar cúmplice do governo”. “Podem ficar certos que todo 1o de Maio, às 9 horas da manhã, o presidente da República estará aqui para prestar contas do que estamos fazendo neste país”, afirmou Lula em 2003, pedindo que “Deus abençoe todos nós”.

Doze anos depois, onde está a qualidade na educação e na saúde? Doze anos depois, por que Dilma evita falar em público ou na televisão? Não quer prestar contas? A sociedade foi, sim, cúmplice do governo e acreditou no PT, como queria Lula. O PT teve a bênção de Deus, mas se deixou corromper pelo diabo.

A sociedade só não se sente cúmplice da corrupção e da incompetência que roubaram bilhões dos trabalhadores e de suas famílias. Agora, o ajuste fiscal, necessário como um antibiótico com efeitos colaterais negativos, tira bilhões do seguro-desemprego, da pensão por doença e morte e do abono salarial. O corte de R$ 18 bilhões em benefícios sociais foi reduzido para R$ 7,7 bilhões por resistência do Congresso. Onde está o corte necessário e moralizador nos surreais 38 ministérios? É ou não “corte na carne”?

Neste Dia do Trabalho, Lula e a CUT querem que Dilma condene a terceirização aprovada na Câmara. Na segunda-feira passada, Lula disse que, no 1º de Maio, “tranquilamente, a companheira Dilma vai vetar (a terceirização das atividades-fim das empresas)”. Se falar, a presidente dirá que não é a favor nem contra, muito pelo contrário. Dirá que apoia a terceirização para aumentar chances de trabalho e produtividade. Dirá que rejeita mexer nas conquistas trabalhistas. Dirá, como o presidente do Senado, Renan Calheiros – quem diria –, que não dá para liberar geral a terceirização, num momento em que o Estado aumenta impostos e juros.

Neste feriadão, o povo não quer mesmo ouvir Dilma. Não foi apenas o trabalho que se tornou precário. Foi a presidente.