segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O Oscar é nosso!!!

Chega de descaso na saúde pública e privada

Meu nome é Leandro Farias, tenho 25 anos, e há cinco meses enterrei minha jovem mulher, Ana Carolina Domingos Cassino, 23. Ela foi mais uma vítima de descaso neste país: morreu por causa de uma apendicite – em pleno século 21 – após esperar 28 horas por essa simples cirurgia em um hospital particular da Barra da Tijuca, no Rio.

Ana Carolina, como outros 50 milhões de brasileiros, tinha um plano de saúde na falsa certeza de que quando precisasse teria um atendimento digno e humanizado.

A grande mídia detona a saúde pública em seus noticiários e, em seguida, nos empurra goela abaixo propagandas de planos privados, buscando nos fazer acreditar que essa é a solução para todos os nossos problemas. Ledo engano. O governo, por sua vez, incentiva ainda mais a adesão aos planos de saúde – seja por meio de isenções e incentivos fiscais, seja através de uma agência reguladora (ANS).

Essa agência sempre deixou bem claro que tem por objetivo defender os interesses dos grandes empresários da saúde. Basta observar a composição da sua diretoria, formada a partir de indicações do governo, com aprovação do Senado, ocupada por diretores de hospitais particulares, administradoras de benefícios (Qualicorp, por exemplo), entre outros. Sem contar a falta de fiscalização em relação à modalidade dos planos coletivos por adesão.

Os órgãos e instituições públicas da saúde estão contaminados pelos interesses dos grandes empresários. Ministério da Saúde, ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Conselho Regional de Medicina, Vigilância Sanitária, entre outros, não cumprem com o seu papel e, com isso, cabe ao Judiciário fazer valer o direito à saúde, como consta do artigo 196 da Constituição Federal.

A Justiça fica, com isso, sobrecarregada por demandas que poderiam ser facilmente resolvidas. Faça uma visita ao plantão judiciário de sua região e entenderá do que estou falando. A judicialização da saúde demonstra sua importância, porém não é a única solução. Apenas punir exemplarmente os responsáveis por praticar crimes é enxugar o gelo.

Precisamos conscientizar a sociedade e saber que todos nós temos direitos e deveres. Nesse sentido surgiu o movimento Chega de Descaso  organização da sociedade civil que visa estimular a consciência crítica na sociedade, de maneira a retomarmos a vertente da participação social que vem diminuindo desde a construção do SUS (Sistema Único de Saúde).

Queremos promover um grande debate e uma maior interação entre profissionais de saúde e usuários. Acreditamos que a solução para o problema da saúde está em um SUS público, 100% estatal, universal e de qualidade. Precisamos valorizar a defesa do direito à saúde por meio do fortalecimento das lutas contra a mercantilização desta.

Sabemos que saúde se produz com acesso a recursos, mas para que haja desenvolvimento econômico precisamos de uma população saudável e com qualidade de vida. Nesse cenário, o movimento Chega de Descaso se apresenta como um novo movimento sanitário e convidamos a todos a fazerem parte dessa luta.

Leandro Farias, 25 anos, farmacêutico da Fiocruz é um dos integrantes do movimento Chega de Descaso.

Armas de San Francisco contra a seca

Crédito: BBC Brasil
Com o custo de R$ 578 milhões, o prédio da Comissão de Serviços Públicos, de 13 andares, é equipado com painéis solares, turbinas eólicas e um sistema de reciclagem de água. Ali a água que escorre nos ralos ou descargas é tratada no próprio edifício e reaproveitada para irrigar jardins no entorno.
Grave seca que atinge San Francisco há três anos obriga moradores a se adaptar

Em San Francisco, na Califórnia, os restaurantes deixaram de servir água aos clientes automaticamente, e agora só recebe um copo quem o pede ao garçom. Nos subúrbios da cidade, moradores começam a trocar seus gramados por plantas nativas que dispensem irrigação ou até por grama artificial.

As duas mudanças de comportamento são os efeitos mais visíveis em San Francisco da grave seca que há três anos atinge o mais populoso Estado americano.

Entre os san-franciscanos, porém, a falta de chuvas parece preocupar bem menos do que entre os paulistanos. Afinal, com o reservatório que abastece a cidade com 56% de sua capacidade, San Francisco lida com a seca numa posição muito mais confortável que São Paulo, onde o sistema Cantareira opera na reserva técnica desde maio de 2014.

O relativo conforto foi conquistado à custa de um esforço após graves estiagens nas décadas de 1980 e 1990, quando San Francisco enfrentou racionamentos e teve de remodelar a gestão de suas águas. Os episódios alertaram autoridades e moradores sobre a importância de poupar o recurso e puseram o tema na agenda das escolas da cidade.

Nos últimos 20 anos, o consumo médio de água por pessoa em San Francisco caiu 12% e hoje é o mais baixo da Califórnia.

Mesmo assim, quando em 2013 a seca se agravou e o prefeito Ed Lee pediu aos moradores que reduzissem o uso de água em 10%, a cidade foi além e baixou seu consumo em 14%. A meta só era obrigatória para quem usava água para irrigação; entre os demais consumidores, a redução foi voluntária.

Não houve até agora racionamentos e, como voltou a chover nos últimos meses, acredita-se que a medida será evitada também neste ano.

"Pode parecer simples demais, mas nossa estratégia principal tem sido poupar a água", diz à BBC Brasil Tyrone Jue, diretor de comunicação da Comissão de Serviços Públicos de San Francisco, responsável pelo abastecimento de 2,3 milhões de moradores na região.

Entre as principais medidas adotadas pela comissão nos últimos anos, Jue cita a exigência de que donos de imóveis troquem vasos sanitários e chuveiros por modelos mais econômicos como condição para que possam vender os bens. Os bons resultados dessa política estimularam o governo da Califórnia a adotá-la em 2014.

San Francisco também passou a conceder descontos para os consumidores que substituíssem chuveiros, máquinas de lavar e privadas por equipamentos mais eficientes. E passou a investir na diversificação de suas fontes de água, até então restritas a uma represa no Parque Nacional Yosemite, no leste da Califórnia.

Hoje alguns parques, clubes e campos de golfe da cidade são irrigados com água de esgoto reciclada. San Francisco também começou a explorar um aquífero, que até 2016 deverá fornecer 15% da água potável distribuída aos consumidores.

Lula e os Castros


Minha capacidade de indignação política atenua-se um pouco nos meses do ano que passo na Europa. Suponho que a razão disso seja o fato de que, lá, vivo em países democráticos nos quais, independentemente dos problemas de que padecem, há uma ampla margem de liberdade para a crítica, e a imprensa, os partidos, as instituições e os indivíduos costumam protestar de maneira íntegra e com estardalhaço quando ocorrem episódios ultrajantes e desprezíveis, principalmente no campo político.

Entretanto, na América Latina, onde costumo passar de três a quatro meses ao ano, esta capacidade de indignação volta sempre, com a fúria da minha juventude, e me faz viver sempre temeroso, alerta, desassossegado, esperando (e perguntando-me de onde virá desta vez) o fato execrável que, provavelmente, passará despercebido para a maioria, ou merecerá o beneplácito ou a indiferença geral.
     
Na semana passada experimentei mais uma vez esta sensação de asco e de ira, ao ver o risonho presidente Lula do Brasil abraçando carinhosamente Fidel e Raúl Castro, no mesmo momento em que os esbirros da ditadura cubana perseguiam os dissidentes e os sepultavam nos calabouços para impedir que assistissem ao enterro de Orlando Zapata Tamayo, o pedreiro pacifista da oposição, de 42 anos, pertencente ao Grupo dos 75, que os algozes castristas deixaram morrer de inanição — depois de submetê-lo em vida a confinamento, torturas e condená-lo com pretextos a mais de 30 anos de cárcere — depois de 85 dias de greve de fome.

     Qualquer pessoa que não tenha perdido a decência e tenha um mínimo de informação sobre o que acontece em Cuba espera do regime castrista que aja como sempre fez. Há uma absoluta coerência entre a condição de ditadura totalitária de Cuba e uma política terrorista de perseguição a toda forma de dissidência e de crítica, a violação sistemática dos mais elementares direitos humanos, de falsos processos para sepultar os opositores em prisões imundas e submetê-los a vexames até enlouquecê-los, matá-los ou impeli-los ao suicídio. Os irmãos Castro exercem há 51 anos esta política, e somente os idiotas poderiam esperar deles um comportamento diferente.
Mas de Luiz Inácio Lula da Silva, governante eleito em eleições legítimas, presidente constitucional de um país democrático como o Brasil, seria de esperar, pelo menos, uma atitude um pouco mais digna e coerente com a cultura democrática que teoricamente ele representa, e não o descaramento indecente de exibir-se, risonho e cúmplice, com os assassinos virtuais de um dissidente democrático, legitimando com sua presença e seu proceder a caçada de opositores desencadeada pelo regime no mesmo instante em que ele era fotografado abraçando os algozes de Zapata.

O presidente Lula sabia perfeitamente o que estava fazendo. Antes de viajar para Cuba, 50 dissidentes lhe haviam pedido uma audiência durante sua estadia em Havana para que intercedesse perante as autoridades da ilha pela libertação dos presos políticos martirizados, como Zapata, nos calabouços cubanos. Ele se negou a ambas as coisas.

Não os recebeu nem defendeu sua causa em suas duas visitas anteriores à ilha, cujo regime liberticida sempre elogiou sem o menor eufemismo.

Além disso, este comportamento do presidente brasileiro caracterizou todo o seu mandato. Há anos que, em sua política exterior, ele desmente de maneira sistemática sua política interna, na qual respeita as regras do estado de direito, e, em matéria econômica, em vez das receitas marxistas que propunha quando era sindicalista e candidato — dirigismo econômico, estatizações, repúdio dos investimentos estrangeiros, etc. —, promove uma economia de mercado e da livre iniciativa como qualquer estadista social-democrata europeu.

Mas, quando se trata do exterior, o presidente Lula se despe de suas vestimentas democráticas e abraça o comandante Chávez, Evo Morales, o comandante Ortega, ou seja, com a escória da América Latina, e não tem o menor escrúpulo em abrir as portas diplomáticas e econômicas do Brasil aos sátrapas teocráticos integristas do Irã.

O que significa esta duplicidade? Que Lula nunca mudou de verdade? Que é um simples mascarado, capaz de todas as piruetas ideológicas, um político medíocre sem espinha dorsal cívica e moral? Segundo alguns, os desígnios geopolíticos para o Brasil do presidente Lula estão acima de questiúnculas como Cuba, ou a Coreia do Norte, uma das ditaduras onde se cometem as piores violações dos direitos humanos e onde há mais presos políticos.

O importante para ele são coisas mais transcendentes como o Porto de Mariel, que o Brasil está financiando com US$ 300 milhões, ou a próxima construção pela Petrobrás de uma fábrica de lubrificantes em Havana. Diante de realizações deste porte, o que poderia importar ao "estadista" brasileiro que um pedreiro cubano qualquer, e ainda por cima negro e pobre, morresse de fome clamando por ninharias como a liberdade? Na verdade, tudo isto significa, infelizmente, que Lula é um típico mandatário "democrático" latino-americano.

Quase todos eles são do mesmo feitio, e quase todos, uns mais, outros menos, embora — quando não têm mais remédio — praticam a democracia no seio dos seus próprios países, mas, no exterior, não têm nenhuma vergonha, como Lula, em cortejar ditadores e demagogos, porque acham, coitados, que desta maneira os tapinhas amistosos lhes proporcionarão uma credencial de "progressistas" que os livrará de greves, revoluções e de campanhas internacionais acusando-os de violar os direitos humanos.

Como lembra o analista peruano Fernando Rospigliosi, em um artigo admirável: "Enquanto Zapata morria lentamente, os presidentes da América Latina — entre eles o algoz cubano — reuniam-se no México para criar uma organização (mais uma!) regional. Nem uma palavra saiu dali para exigir a liberdade ou um melhor tratamento para os mais de 200 presos políticos cubanos." O único que se atreveu a protestar — um justo entre os fariseus — foi o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera.

De modo que a cara de qualquer um destes chefes de Estado poderia substituir a de Luiz Inácio Lula da Silva, abraçando os irmãos Castro, na foto que me revoltou o estômago ao ver os jornais da manhã.

Estas caras não representam a liberdade, a limpeza moral, o civismo, a legalidade e a coerência na América Latina. Estes valores estão encarnados em pessoas como Orlando Zapata Tamayo, nas Damas de Branco, Oswaldo Payá, Elizardo Sánchez, a blogueira Yoani Sánchez, e em outros cubanos e cubanas que, sem se deixarem intimidar pelas pressões, as agressões e humilhações cotidianas de que são vítimas, continuam enfrentando a tirania castrista. E se encarnam ainda, em primeiro lugar, nas centenas de prisioneiros políticos e, sobretudo, no jornalista independente Guillermo Fariñas, que, enquanto escrevo este artigo, há oito dias está em greve de fome em Cuba para protestar pela morte de Zapata e exigir a libertação dos presos políticos.

O curioso e terrível paradoxo é que no interior de um dos mais desumanos e cruéis regimes que o continente conheceu se encontrem hoje os mais dignos e respeitáveis políticos da América Latina.
Mario Vargas Llosa (Publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, em 07/03/2010)


Falta capacidade de planejamento


Não é incompetência, é burocracia. Os sistemas de água no Brasil, como muitas outras coisas, são altamente burocráticos e é muito difícil que absorvam inovações. A Sabesp tem abastecido água com qualidade, mas faltou planejamento a longo prazo e isso não é problema da Sabesp, é do Brasil que não tem capacidade de planejamento

José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia e membro da Academia de Ciências, é aos 77 anos um dos maiores especialistas em gerenciamento de recursos hídricos no Brasil. Tundisi foi convidado a visitar mais de 40 países que sofreram problemas de desabastecimento para ajudar a encontrar soluções. O pesquisador acredita que o problema de planejamento nesta crise hídrica em São Paulo não pode ser jogado só nos ombros da Sabesp, mas que se trata de um problema derivado da burocracia do país. Adverte, porém, que tempos difíceis virão e que as autoridades precisam ser "brutalmente" transparentes com a população para colocá-la do seu lado pois, de modo contrário, "a resposta será muito agressiva". Leia mais a entrevista

A receita para quebrar o Brasil


Em novembro, a doutora Dilma sancionou um projeto refinanciando as dívidas de estados e municípios. Coisa de R$ 500 bilhões, que deveriam ser pagos até 2039. Governadores e prefeitos que herdaram o espeto mexeram-se para mudar as condições de pagamento.

No carro-chefe ficou o comissário de São Paulo Fernando Haddad. Argumentava que a cidade tinha perdido a capacidade de investimento. Mudando-se o sistema, sua divida cairia de R$ 62 bilhões para R$ 36 bilhões. Como dinheiro não nasce em árvore, a Viúva perderá receita. Neste ano, seria uma mixórdia, apenas R$ 1 bilhão. Quem pagou tudo direitinho ferrou-se.

Esse assunto não tinha personagens satanizáveis, nem podia ser tratado como um escândalo. Teve até o apoio do PSDB. Virou uma coisa boa.

Quatro anos antes, o mesmo Fernando Haddad estava no Ministério da Educação e mudou as regras do Fundo de Financiamento Estudantil, o Fies.

Vivendo na ponta que distribui dinheiro, baixou os juros para 3,4% ao ano, ampliou os prazos de pagamento para três vezes o tempo de duração do curso e relaxou as exigências para os fiadores.

Criou-se a fiança solidária, bastando juntar três colegas da faculdade. De onde sairá o dinheiro emprestado a juros subsidiados e em condições imprevisíveis de retorno? Um palpite: da bolsa da Viúva.

Aquilo que poderia ser uma boa iniciativa virou uma estatização do risco do financiamento das universidades privadas. Esse tipo de crédito é socialmente necessário, desde que seja matematicamente sustentável.

Faculdades estimularam seus alunos a migrar para o Fies e, com isso, o número de bolsistas passou de 150 mil em 2010 para 4,4 milhões em 2014. Os financiamentos pularam de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,4 bilhões.

Há faculdades onde os alunos que pagam as mensalidades tornaram-se uma raridade. Formaram-se conglomerados universitários, com ações na Bolsa.

O repórter José Roberto Toledo mostrou que, entre 2012 e novembro de 2014, enquanto o Ibovespa caiu 18%, as ações do grupo Kroton, com um milhão de alunos, valorizaram-se em 500% (Em 2014 o grupo recebeu R$ 2 bilhões do Fies, cifra inédita até para a Odebrecht).

O ministro Cid Gomes quis colocar método na maluquice, exigindo padrões de desempenho acadêmico às escolas, notas melhores dos alunos para o acesso ao programa e associou parte do desembolso à formatura do jovem.

Prenunciou-se uma “catástrofe”. Ou, nas palavras de Gabriel Mario Rodrigues, presidente da guilda das escolas privadas, “o governo fez uma cagada”, “o ministro não é do ramo” e “fala demais”.

Com toda a razão, ele diz que “não podemos confiar no governo”. Nem eles nem a torcida do Flamengo. Com a ajuda de parlamentares e de “gente trabalhando nas altas esferas” (em quem confiam), as empresas se articulam para desossar as medidas.

Ganha um fim de semana na Guiné Equatorial quem acredita que esses financiamentos dados com critérios frouxos e fianças capengas fecharão a conta na bolsa da Viúva. Vem por aí outro rombo. Como aconteceu com a dívida de estados e municípios, certamente será renegociado, noutros governos. É assim que se quebra um país.

Três letras que incomodam o PT

Que nunca faltem três letras
Nas lamúrias do PT
Embora haja vinte e seis
Pra quem aprendeu a ler.
Refiro-me concretamente
A apenas três: FHC.

São três letras que abreviam
Fernando Henrique Cardoso.
É o pesadelo de Lula,
Um político mafioso
Que usa o adversário
No sofrimento e no gozo.

Em dois mandatos seguidos,
Lula nunca apurou
Os erros de FHC
Que tanto denunciou.
Houve momentos em que
Ele até o elogiou.

Dizer que FHC
Arruinou a Petrobras
Num tempo já tão distante
(Quase quinze anos atrás)
Não deixa de ser bizarro
E duvidoso demais.

Durante seus dois mandatos
Lula não soube de nada
Ou então guardou silêncio
De forma premeditada,
Como quem quisesse andar
Tranquilo na mesma estrada.

Agora que está perdido,
Vendo o caminho estreitar,
Lula não faz um discurso
Sem as três letras citar:
É FHC aqui,
É FHC acolá.

Até uma CPI
Voltada pro Petrolão
Teria que retroagir
No tempo e na vastidão
De forma a intimidar
O grosso da oposição.

De repente FHC,
Por Lula sempre citado,
Teria que reviver
Todo o seu longo passado
Devendo então responder
Pelo que estivesse errado?

Impeachment para o PT
Seria golpe de estado.
Mas o de Collor não foi,
Eis que por ele pregado.
Só a Dilma é que não pode
Ter seu mandato cassado?

A petezada defende
Respeito ao eleitor,
Mas finge que não entende
O que Dilma aprontou,
Praticando tudo aquilo
Que em campanha condenou.

Ameaça retirar
Do pobre trabalhador
Aquilo que a duras penas
O coitado conquistou,
Coisa que nenhum governo
Algum dia imaginou.

Maltrata o aposentado
Como se fosse o demônio,
Fitando com desagrado
Seu suado patrimônio
Qualquer que seja a fortuna
Fruto de um longo sonho.

Aumenta o custo de vida
Nas alturas do avião,
Encarecendo a comida
Desde o arroz com feijão
Sem aumentar os salários
Na devida proporção.

Foi o PT que ensinou
Malandro a se rebelar,
Invadir propriedade
Quebrar tudo, espraguejar
E depois cair no mundo
Sem a despesa pagar.

Quem está na oposição
Jamais deve protestar:
É acusado de golpe.
Tem que sofrer e calar.
Caso contrário é golpista
Do regime militar.

Liberdade de expressão,
Para o PT, é golpismo.
Pensa em controlar a mídia
Como faz o comunismo
E não quer que as pessoas
Tenham medo desse abismo.

Manda dinheiro pra Cuba
E deixa faltar no Brasil.
Sobe o litro de gasolina
Sem que aumente o barril
E mente todos os dias
Como em primeiro de abril.

O PT que tanto prega
A igualdade social
Vende ilusão e entrega
Ruína descomunal.
Nivela tudo por baixo,
Maldizendo o capital.

Enquanto ataca a elite,
Igualada à burguesia,
O petista não consegue
Abrir mão da regalia.
Acumula patrimônio
Vinte e quatro horas por dia.

O exemplo de pobreza
Era o Lula operário.
Vivendo na esperteza,
Ludibriando o otário,
Hoje vive na riqueza
Como um grande milionário.

O fato é que neste mundo
O diabo tem os seus.
O PT segue à risca
A doutrina de Mateus,
Enquanto o povo humilhado
Entrega tudo pra Deus.

Mas chegará o momento
Em que o povo, maltratado,
Usará de um instrumento
Até hoje mal usado:
O voto como castigo
A quem o tem enganado.

Talvez tenha sido bom
Que o PT governasse,
Para que o povo entendesse
Como a maldade nasce
E assim sobrevivesse
Ao fanatismo de classe.

Se em tantos anos de mando
O PT só se queixou
Dos ricos e da elite
Que a ela se juntou,
Em ninguém mais mete medo:
Seu mundo desmoronou.

Raimundo Cazé