sexta-feira, 29 de agosto de 2014

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Analfabeto político e faminto


Petista roxo de hoje, assim como foi peemedebista ontem e sempre esteve com os governos, mesmo autoritários, está à solta. Analfabeto funcional, ouve cantar o galo nem sabe onde, quem, como, quando e por que. Enfim, um perfeito cidadão adequado a qualquer situação. Desde que possa tirar sua casquinha, ter algum privilégio.

Para esses cidadãos e cidadãs, todos são criminosos, mas só os seus eleitos são menos bandidos. Iguais aos outros, com a diferença de poder oferecer uma dádiva qualquer. Da dentadura, do saco de cimento, ou ao máximo de um carguinho para familiares.


Essa cretinice é de um país ainda marcado pelo coronelismo, do qual muitos falam que saímos, mas não deixemos de lá ter raízes. A maior parte dos eleitores são satélites de um nome político, de uma sigla, de uma ideia sem pé nem cabeça, mero esboço do que nem se sabe o que é. Não importa, qualquer farelo, no caso, serve para contentar. Engolem com satisfação as migalhas, lambem os beiços, levam a vida satisfeitos na acomodação da miserabilidade moral e ética. Como não têm nem uma nem outra, qualquer governo serve para seus instintos, porque não passam de animais querendo tirar proveito mesmo da porcaria.      

Sebastianismo brasileiro


Marina Silva, a herdeira da candidatura de Campos, é a figura mais perigosa com a qual o PT se poderia chocar
Em 4 de agosto de 1578, Sebastião I, de Portugal, morreu na batalha de Alcácer-Quibir. Assim nasceu o sebastianismo, um movimento que profetizava o retorno do monarca morto para conduzir a nação. O mito se arraigou no Nordeste brasileiro e adquiriu com os séculos diversas modulações. A confiança em que a morte possa prover a política de uma redenção messiânica parece visitar de novo o Brasil nestes dias. As emoções desatadas pelo trágico desaparecimento de Eduardo Campos, o candidato presidencial do Partido Socialista Brasileiro (PSB), revolucionaram a campanha. Campos é, post mortem, o representante de muitos cidadãos que mal o conheciam quando estava vivo. Essa canonização agiganta a sua vice, Marina Silva, que ocupou o seu lugar. Dilma Rousseff nunca suspeitou que sua reeleição enfrentaria um desafio tão arriscado, tão inesperado.

A fórmula inicial do PSB tinha a extravagância de que Marina era muito mais conhecida do que Campos. Em 2010, ela havia conseguido 20 milhões de votos como candidata a presidente. E em meados de 2013 superava Dilma nas pesquisas. Com a morte de Campos o risco para Dilma se multiplicou. Segundo o Datafolha, Marina deslocou Aécio Neves, do PSDB, para o terceiro lugar. O PSB passou de 8% para 21%. Em um eventual segundo turno contra Dilma, Marina triunfaria.

A herdeira de Campos é a figura mais perigosa com que o PT se poderia chocar. Não é, como Aécio, um antibiótico. É uma vacina. É composta de uma substância parecida com a de seu rival.