terça-feira, 26 de agosto de 2014

Promessas requentadas para galinheiro

'Inimigos', um usa o que o outro deixou de fazer
Candidato ao governo do Rio conhecido pela alcunha de “Lindinho”, cercado por uma malta de asseclas do pior que já o PT obrou, inclusive a “princesinha” Lurian, esteve na última semana em carreata em Maricá. Era de se esperar que um candidato a governador levasse propostas. Como não tem qualquer criatividade para administrar o que seja público, defeito comum nos políticos brasileiros, mas perito em colecionar processos, aproveitou o feijão com arroz com que o prefeito Quaquá conquistou seus dois mandatos.

Certo de que migalhas servem para angariar votos, não precisa se esmerar em ser alguma coisa a mais do que nunca será. E aí despejou com a máxima magnificência o que pretende, no cargo, dar como dádivas aos seus súditos daquela municipalidade. Espantados todos os cidadãos, com mera inteligência e nenhum bolso comprado. A oferta do nobre senador e candidato é acabar com o dito monopólio da empresa de ônibus, insistir com a Cedae para enfim abastecer o município e, por último, melhorar a educação.

Os três temas, como foram propostos, são mais uma dessas mascaradas que os políticos nem ligam se são surradas, mas creem piamente que são suficientes para fisgar votos dos imbecis como ordinariamente acontece. Importa pouco se parecem espalhar apenas milho para atrair as galinhas em seu galinheiro.

As propostas são o mesmo tipo de escracho que o próprio prefeito faz desde a campanha de 2008 com o anunciado fim do monopólio de transporte. Nada conseguiu em seis anos e tem acenado nos últimos meses com uma mirabolante empresa chapa branca de ônibus, comprados com dinheiro público, que fornecerão transporte gratuito (sic) em dois anos, às custas do próprio Erário. Os lucros e dividendos eleitorais logicamente serão computados em campanhas como a de agora. Afinal está em jogo a vaga da própria mulher, ou consorte, à Câmara estadual.

A tal empresa, também encampada como proposta, será controlada por uma outra empresa criada por um secretário comissionado. E o candidato a governador não tem qualquer vergonha em achar natural a maracutaia, desde que renda os votos.

Os ônibus estão comprados e apodrecendo num aeroporto interditado sem que a empresa sequer possua garagem ou funcionários. É essa muvuca, aprovada de cara pelo candidato petista, que virou proposta. Ou seja, apropriação de uma ideia cretina. Bom começo para um candidato, que talvez até concorde em avalizar a empresa dos companheiros.

A outra proposta é outra indecência. A educação municipal é um escândalo com a secretaria do setor funcionando como reduto familiar do vice-prefeito, que já foi secretário de Educação e passou o cargo para a mulher. Um fato que já demonstra claramente como se cuida bem dos serviços públicos entre os do PT.

A revolução do setor, anunciada pelos “fessores”, não passou de uma maquiagem com reforma de pintura de algumas escolas, criação de outras em casa alugadas e a farta distribuição de laptops – 17 mil para uma população escolar de 13 mil alunos e professores, numa região que não tem internet gratuita.

Mas ainda falta a questão da água, que tanto serviu de plataforma em 2008 e 2012. “Lindinho” se apropria de um problema que o próprio Quaquá teria resolvido com Cabral e Pezão, quando estiveram na cidade sem água para inaugurar uma elevatória (seca) e propalar a chegada da água para 2014 em todo o município. Tudo sob aplausos do prefeito que agora passa a bola como uma realização do seu candidato, mas que em momento algum defendeu o município junto à Cedae, atitude e dever de quem é prefeito. Mas preferiu se acomodar com acusações que agora transforma em proposta de Lindinho.

Assim caminha o PT, sempre camuflado, enredado em tramas, repetindo ações criminosas que deveria colocar seus integrantes há muito no xilindró.

Explique!

A política é a arte de pedir votos aos pobres, pedir recursos aos ricos e mentir para ambos depois
Antônio Ermírio (1928-2014)

O furacão Marina


Ventania não é. Ciclone? Tampouco.
Está mais para furacão a recém-lançada candidatura de Marina Silva a presidente da República no lugar da candidatura de Eduardo Campos, do PSB. O que precisa ser confirmado é se estamos diante um furacão de nível 1, 2, 3, 4 ou 5.

Por ora, ele parece ter força suficiente para fazer de Aécio Neves, candidato do PSDB, sua primeira grande vítima. E assustar Dilma.

Há duas semanas que Marina ocupa sozinha a boca do palco da sucessão. Os holofotes convergem para ela. Aécio e Dilma viraram meros coadjuvantes.
Na primeira semana, Marina se impôs como candidata natural do PSB e dos partidos nanicos que Eduardo conseguira atrair para seu lado. Na segunda, dedicou-se a sossegar os espíritos mais inquietos com o risco de uma eventual vitória sua sobre Dilma.

Amiga de Marina e porta-voz dela junto ao mercado financeiro, a herdeira do Banco Itaú, Neca Setúbal, garantiu que a candidata, se eleita, respeitará os fundamentos da política econômica herdada por Lula de Fernando Henrique.
Marina preferiu falar ao mundo político. Disse que governará só por quatro anos. E prometeu fazê-lo com as melhores cabeças do país. Citou José Serra, candidato ao PSDB ao Senado, como uma delas. Acenou com um governo de união nacional.

A força do furacão chamado Marina há uma semana pelo Instituto Datafolha. Na pesquisa de intenção de voto, ela empatou com Aécio. Na simulação de segundo turno, derrotou Dilma.
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