quinta-feira, 31 de julho de 2014

Voto facultativo?


A população brasileira vem se convencendo ao longo do tempo de que o voto facultativo é melhor que o obrigatório. Começamos a perceber o que a grande maioria dos países do mundo já entendeu.
Segundo a Agência Central de Inteligência dos EUA, dos 236 lugares do mundo onde há eleições, em apenas 24 o voto é obrigatório. Desses 24, só quatro — Áustria, Bélgica, Chile e Cingapura — estão incluídos entre os chamados países desenvolvidos, de acordo com o critério do Índice de Desenvolvimento Humano.
Leia mais o artigo de Paulo Paim, Sim ao voto facultativo 

Candidatos 'Pinóquio'

As eleições, tão bagunçadas, são uma vergonhosa corrida nada democrática ao poder, em que se pode tudo e vale tudo. Qual seria a seriedade de candidatos que se dizem isso ou aquilo sem a menor comprovação, em site da seriedade que se admite deve ter um tribunal? Há que se explicar como a Receita Federal exige comprovações até de um corte de calo e em outro site, também federal, os candidatos esbanjam em ser o que não são. Mais uma vez aproveitam para fazer com dinheiro público um caminho para a autopromoção, declaram gastos de campanha exorbitantes e incompatíveis com a declaração de renda. Se fizessem as mesmas declarações de gastos e renda, seriam apanhados rapidamente pelo leão e nunca passariam nem de longe numa malha grossa.

O Estado, portanto, trabalha com dois pesos e duas medidas. Quando é preciso arrecadar impostos, usa da melhor tecnologia e não deixa escapar um centavo furado. Ainda mais que mentir para o leão é crime. No entanto, quando está em jogo a eleição, a mentira é moeda circulante no meio político, nem se faz uma checagem entre renda e gastos do candidato como se isso não interferisse, como a mentira, na sua transparência antes e mais ainda depois de eleito.

Uma rápida investigação nas fichas divulgadas pelo TRE basta para comprovar que fede longe a transparência e ainda mais a honestidade de candidatos que mentem com a maior desfaçatez. Como pode alguém se declarar de nível superior, quando não tem esse diploma, inventar ter uma profissão e não saber distinguir entre profissão e cargo? Pois isso fica claro para qualquer vivente que tenha olhos para ver e cabeça para pensar.

Mas os mentirosos ainda continuam seu esbanjamento, nas barbas do Tribunal. São capazes de anunciarem gastos de campanha assombrosos até mesmo sem demonstrar nenhuma fonte de renda, se já não bastassem os rombos no dinheiro público para alimentar por estes anos todos uma malta de asseclas. Tanto dinheiro virá de onde? E como será restituído? Para tais questões, o tribunal se restringe a lavar as mãos, pois isso é para se resolver depois em outro tribunal. No entanto, na justiça eleitoral se poderia fazer uma triagem dos futuros corruptos, que já indicam nas fichas que não estão ali para brincar de democracia, mas se sujar com corrupção.


Exemplo dessa orgia eleitoreira pode ser vista na ficha da candidata a deputada federal por Maricá, a mulher do prefeito Quaquá. Em sua segunda corrida ao Legislativo – a anterior foi ao municipal -, mesmo sem ter fonte de renda, anuncia uma previsão de R$ 2,5 milhões de gastos com campanha e ainda mais se diz jornalista e redator (sic) num claro desconhecimento entre a profissão e cargo, dando os dois como uma coisa só, o que vem insistindo em ser quando não é nenhuma coisa nem outra.   

Políticos


Os políticos não conhecem nem o ódio, nem o amor. São conduzidos pelo interesse e não pelo sentimento
Philip Dormer Stanhope, conde de Chesterfield (1694 / 1773), político e escritor inglês