terça-feira, 27 de maio de 2014

Faz sentido

"Se começássemos a dizer claramente que a democracia é uma piada, um engano, uma fachada, uma falácia e uma mentira, talvez pudéssemos nos entender melhor."  José Saramago 

A corrupção causa desigualdade?


De quem é a culpa de que a desigualdade econômica tenha aumentado tanto nos últimos tempos? Dos banqueiros, é a resposta óbvia para muitos. Segundo esta visão, o setor financeiro é o principal responsável pela crise econômica mundial que começou em 2008 e cujas consequências ainda são sofridas por milhões de desempregados e pela classe média que empobreceu, especialmente na Europa e nos EUA. Os que pensam assim também enfatizam que os banqueiros e especuladores financeiros que causaram a crise não pagaram preço nenhum e, pelo contrário, muitos deles agora estão mais ricos. Para outros, o aumento da desigualdade tem a ver com os míseros salários dos trabalhadores em países como China e Índia, cujas rendas empurram para baixo o rendimento dos trabalhadores no resto do mundo e geram desemprego, já que as empresas “exportam” postos de trabalho do Ocidente ao Oriente. Não; a tecnologia é a principal fonte de desigualdade, dizem outros. São os robôs, os computadores, a Internet e, em geral, todas as máquinas que substituem os trabalhadores que causam desemprego e desigualdade.
É mais complicado e profundo que tudo isso, argumenta Thomas Piketty, o economista cujo substancial livro O Capital no Século 21 (em tradução livre para o português) transformou-se num surpreendente êxito mundial.