terça-feira, 6 de maio de 2014

Pra inglês ver



“Pobre Dilma Rousseff. A presidente do Brasil projeta a aura tediosa de eficiência da (chanceler alemã) Angela Merkel, mas com a performance dos Irmãos Marx. Os atrasos nos preparativos para a Copa do Mundo já embaraçaram o país, enquanto a preparação para as Olimpíadas de 2016 é ‘a pior’ que o comitê internacional já viu. A economia também está numa depressão. O Brasil, que já foi o queridinho do mercado, tem perdido o interesse do investidor. O país precisa de um choque de credibilidade. Se Dilma não o fizer, a eleição presidencial de outubro fará.”
Editorial de segunda-feira do jornal britânico Financial Times 

A fábula da corrupção

A que ponto chegamos!

Eu, como boa parte dos leitores de jornal, nem aguento mais ler as notícias que entremeiam política com corrupção. É um sem-fim de escândalos. Algumas vezes, mesmo sem que haja indícios firmes, os nomes dos políticos aparecem enlameados. Pior, de tantos casos com provas veementes de envolvimento em "malfeitos", basta citar alguém para que o leitor se convença de imediato de sua culpabilidade. A sociedade já não tem mais dúvidas: se há fumaça, há fogo.
Não escrevo isso para negar responsabilidade de alguém especificamente, nem muito menos para amenizar eventuais culpas dos que se envolveram em escândalos, nem tampouco para desacreditar de antemão as denúncias. Os escândalos jorram em abundância, não dá para tapar o sol com peneira. O da Petrobrás é o mais simbólico, dado o apreço que todos temos pelo que a companhia fez para o Brasil. Escrevo porque os escândalos que vêm aparecendo numa onda crescente são sintomas de algo mais grave: é o próprio sistema político atual que está em causa, notadamente suas práticas eleitorais e partidárias. Nenhum governo pode funcionar na normalidade quando atado a um sistema político que permitiu a criação de mais de 30 partidos, dos quais 20 e poucos com assento no Congresso. A criação pelo governo atual de 39 ministérios para atender às demandas dos partidos é prova disso e, ao mesmo tempo, é garantia de insucesso administrativo e da conivência com práticas de corrupção, apesar da resistência a essas práticas por alguns membros do governo.
 Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente e o único sociólogo a ocupar tal cargo em todo o mundo. Veja a íntegra aqui