quarta-feira, 26 de março de 2014

O prejuízo da Copa

O jogo da bola - Cândido Portinari

A euforia econômica da Copa parece não ser a mesma entre governos e empresas, em particular as do pequeno empresário. Os idiotas de plantão garantem que tal evento esportivo pode dar uma arrancada no progresso. Esquecem que nenhum governo completou a carta de intenções assinada com a Fifa, nem vai cumprir no dia de São Nunca. Fizeram mal e porcamente, com superfaturamento, estádios para populações esportivas imensuráveis. E se dão por satisfeitos. Agora partem para embrulhar uma Copa das Copas num papel de alavancadora da economia. Novamente só os salafrários aplaudem (também porque muitos ganham só para isso).
Os efeitos da Copa vão atrapalhar a economia dos pequenos negócios, não há dúvida. Feriados e pontos facultativos são fatais para o comércio, em particular, sem receita com tais eventos que só movimentam mesmos setores de serviços, hotelaria e alimentação. Falar, com a boca cheia de farofa, em jorro de dinheiro dos turistas para os pequenos empresários é empulhação. Turista esportivo sequer vai gastar em supermercado, em cinema, em teatro, em papelaria ou mesmo no camelódromo, sequer pensa em entrar na lojinha da esquina. 

Pesquisa Datafolha, a pedido do Sindicato da Pequena Indústria do Estado, mostra que pouco mais da metade 51% dos micro e pequenos industriais paulistas apontam para prejuízos e 49% dizem que poderá ser mais nocivo do que benéfico para os negócios. A situação não está nada boa para o setor. A pesquisa ainda registra que 18% deixaram de pagar impostos em fevereiro, 10% não acertaram dívidas financeiras e 8% não pagaram fornecedores. E a situação tende a piorar caso se confirmem as expectativas de vendas nada boas para a Copa. Em vez de goleada, a economia vai levar uma chinelada.