terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dá para acreditar?


A sociedade foi a grande ausente do debate


Será que os candidatos pensam que a educação é um assunto que não dá votos e por isso não vale a pena perder tempo com ele nos debates?
Por incrível que pareça, a palavra “educação” não foi pronunciada nem uma vez em todo o debate.

Será que os candidatos pensam que o Brasil poderá um dia sair de seu atraso, que os filhos da nova classe média vinda da pobreza poderão construir um país melhor, mais moderno do que aqueles em que seus pais viveram – muitos deles ainda hoje vítimas do analfabetismo –, sem uma mudança radical no ensino?

Será que os candidatos pensam que a educação é um assunto que não dá votos e por isso não vale a pena perder tempo com ele nos debates?

E, no entanto, os países cujas sociedades hoje desfrutam de melhores condições de vida, e que se desenvolveram economicamente e socialmente com rapidez, foram os que souberam colocar a educação no centro nervoso do interesse público.

Será que os candidatos à Presidência não sabem que o Brasil, que aspira ser líder no continente, ainda aparece entre os últimos na lista mundial de qualidade de ensino?

A fantasia da vez

Em meio à tempestade de corrupção que flagela o país, com a revelação de que os integrantes das quadrilhas frequentavam livremente os poderes da República, eis que como um relâmpago surge uma nova personagem de HQ em pleno Planalto. Ninguém esperava que em um passe de mágica a presidente se transformasse rapidamente na SuperDilma, a justiceira contra a corrupção.

Só mesmo como uma gozação se pode encarar a palhaçada marqueteira que a presidente virou uma justiceira. Isso depois de conviver durante anos com os criminosos e até mesmo convidar alguns para festa de aniversário, receber em palácio, etc.


Dilma se presta para qualquer fantasia que a campanha exija. Tudo em nome da enorme fome de poder. Não será nada para o bem do povo e felicidade geral da nação que quer repetir o “Fico”.   

Engavetou de novo


Em país sério, os candidatos apresentam suas propostas para serem debatidas, discutidas.

No Brasil, quando apenas uma candidata faz o correto, o que se espera de seriedade, chovem abutres para distorcer cada item em proveito próprio. Longe de mostrarem ao eleitor suas metas, indicarem mesmo possíveis assessores, vê-se gente em palco como se comportando como se estivesse numa rinha. O importante é bater. No caso, esculhambar o máximo possível com o adversário, mentir, mentir, mentir.

Os marqueteiros, com aval de candidatos gananciosos de poder - aplaudindo - destroem o debate democrático em prol das artimanhas publicitárias. É o conluio da arte de enganar.

Os políticos até se acham num picadeiro. Deixam de lado o debate, pois não interessa que mostrem suas ideias, base de uma política de Estado, que verdadeiramente está em discussão. Preferem os tais programas de governo que nada são do que meros papeluchos rasgados e enfurnados no lixo na primeira oportunidade.

É por temer ataques arrasadores, que despencariam sua escalada eleitoral, e também por não ter política de Estado sequer esboçada que Dilma resolveu engavetar todas as propostas preparados pelo próprio partido como em 2010. E repete o feito preferindo levar os eleitores no bico.


A engavetadora foge ao debate a que nunca foi afeita, inclusive por seu viés ditatorial, para contar com a mãozinha salvadora do guru João Santana, mestre em ilusionismo. Assim terá mais quatro anos para fazer o diabo no governo com toda a arrogância de santinha do pau oco - onde não por acaso se escondem todos os escândalos - acobertando com propaganda seus malfeitos.   

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Pobre país

Meu pobre país pacóvio que só te babas para o imbecil ou o charlatão; mas porque um está à tua medida e o outro àquela que queres ter e julgas que ele tem
Vergílio Ferreira

Dilma e o pacto com o diabo

 
Campanhas eleitorais costumam ser mais emoção do que razão. São sempre criticadas por não se aprofundar em temas urgentes, por abusar dos ataques e contra-ataques. Mas nunca antes na história deste país uma campanha foi tão infame e deseducadora. O retorno da presidente Dilma Rousseff à liderança isolada da disputa depois de artilharia intensa – tendo a mentira como principal arma – não deixa dúvidas. Corrobora com a maquiavélica tese do vale tudo, de se fazer o diabo.

Marina Silva foi bombardeada por Dilma e Aécio Neves. Mas até o capeta se assustou com a tática usada pelos petistas para desconstruí-la.

De uma hora para outra, a ex-ministra de Lula virou defensora do capital e dos banqueiros, companheira de tucanos neoliberais que querem aniquilar com as estatais, acabar com o Bolsa Família e com a CLT.

Vencida a primeira batalha, a campanha de Dilma tratou de proteger o flanco que poderia sangrá-la: a roubalheira na Petrobrás, que começou a ganhar forma e endereço com a delação premiada de Paulo Roberto Costa.

Especialistas em transformar os males que os afligem em virtudes, os petistas rapidamente produziram uma nova Dilma contra a corrupção. Não aquela Dilma-faxineira que chegou a fazer sucesso no primeiro ano de mandato e que sucumbiu. Outra personagem, desta vez encarnando a líder no combate à impunidade.


Há duas semanas, em todas as entrevistas e discursos – incluindo a fala eleitoral na abertura da Assembleia da ONU –, Dilma empunha a bandeira anticorrupção. Na sexta-feira, prometeu endurecer contra agentes públicos que prevaricam, além de reformar a Justiça e criar leis para facilitar a perda de bens adquiridos de forma ilícita.

Medo de perder conquistas favorece Dilma


Apesar de 70% dos brasileiros afirmarem que querem “mudar”, na hora de votar, o conhecido inspira mais confiança
Nem sempre a História se repete. Nessas eleições, por exemplo, está acontecendo o oposto do que ocorreu em 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva conquistou a Presidência da República.

Naquela época, os brasileiros tinham medo de Lula. Era a esquerda que chegava ao poder e o sindicalista havia ganhado com a estratégia de “vencer o medo com a esperança”.

Hoje, o PT trouxe de volta às eleições aquele medo que tinha impedido Lula de vencer três vezes a disputa pelo cargo. E, ao contrário do que houve antes, a arma de difundir entre os eleitores de classe baixa o medo em relação à candidata rival, a ambientalista Marina Silva, apresentada como a amiga dos banqueiros, a preferida pelos ricos e aquela que poderia retirar dos mais pobres o que já conquistaram, está dando resultados positivos para Dilma Rousseff.

A já mítica classe C, formada por esses mais de 30 milhões de brasileirosque conseguiram saltar a linha da pobreza e passar para o mundo do consumo, aparece ainda, de maneira geral, sensível ao medo de perder o que já conquistaram.

Apesar disso, os filhos dessas famílias, que já estudaram, são mais críticos que seus pais e já demonstraram, durante as manifestações de 2013, que querem não só programas assistenciais, mas melhorias estruturais para poderem dar um verdadeiro salto social.

Esse medo de perder as conquistas sociais está, efetivamente, dando resultados entre os eleitores dos estados mais pobres como os do Nordeste, para os quais a maioria dos debates eleitorais teóricos, como os da independência do Banco Central, o maior ou menor crescimento do PIB e a flutuação cambial do dólar têm muito menos importância do que a vida real das famílias.

domingo, 28 de setembro de 2014

Imbatíveis


Petrolão para todos


Se o esquema irrigou tantos companheiros nos últimos 12 anos, imagine no pré-sal. Ninguém mais vai precisar trabalhar
 Dilma sobe nas pesquisas, a bolsa despenca, e lá vêm os gigolôs da bondade denunciar a trama capitalista contra o governo do povo. Mas o que dizer então da bolsa eleitoral? Quanto mais apodrece o escândalo da Petrobras, mais Dilma se recupera nas pesquisas. Será que o eleitor está querendo virar sócio do petrolão?

Só pode ser. O espetáculo da orgia na maior empresa brasileira chegou ao auge com a delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Em ação raríssima entre os oprimidos profissionais, o réu decidiu abrir o bico. Talvez tenha aprendido com a maldição de Valério — que demorou a soltar a língua, e de repente a quadrilha (desculpe, ministro Barroso) já estava em cana. E seu silêncio não valia mais nada. Diferentemente do operador do mensalão, o despachante do petrolão não quer mofar. E saiu entregando os comparsas.

Apontou duas outras diretorias da Petrobras como centrais da tramoia, dando os nomes dos seus titulares — indicados, que surpresa, pela cúpula do PT. Isso em plena corrida presidencial. Então a candidata petista está ferida de morte, concluiria um marciano recém-chegado à Terra. Não, senhor marciano: após o vazamento da delação, a candidata do PT subiu nas pesquisas.

Ora, não resta outra conclusão possível: o eleitor quer entrar na farra do petrolão. Está vendo quantos aliados de Dilma encheram os bolsos com o duto aberto na Petrobras, e deve estar achando que alguma hora vai sobrar um qualquer para ele. É compreensível. Se o esquema irrigou tantos companheiros nos últimos 12 anos, imagine quando a prospecção chegar ao pré-sal. Ninguém mais vai precisar trabalhar (a não ser os reacionários que não cultivarem as relações certas).

Debate de propostas se perde em ataques e escândalos

Debates se tornaram ringues de dois contra uma, a única a fazer certo
Com tom da campanha cada vez mais agressivo e centrado em ataques mútuos entre os candidatos, discussão sobre o conteúdo dos programas de governo é deixada de lado. Quem perde é o eleitor.

Com as pesquisas de intenção de voto indicando uma disputa acirrada, a campanha eleitoral deve ficar ainda mais agressiva nos próximos dias, à medida que se aproxima o primeiro turno. Esse foco nos ataques pessoais e na tentativa de desconstruir adversários ofusca, porém, o debate construtivo de propostas para solucionar os problemas do país.

Especialistas avaliam que o conteúdo programático foi pouco debatido até aqui e alertam: essa situação não deve mudar – ao contrário, a agressividade vai aumentar ainda mais no segundo turno.

"A campanha tem ficado em acusações. Se discute o medo, a incompetência ou a experiência, mas não os projetos para o Brasil: política econômica, questão trabalhista e previdenciária, a retomada do crescimento, os programas sociais. É um debate cifrado, pobre e incompleto", diz o cientista político Antonio Carlos Mazzeo, da Unesp e da PUC-SP.

"A disputa será mais acirrada, e os ataques vão piorar. Isso é ruim para a democracia e para o eleitor", opina o historiador e sociólogo Marco Antonio Villa.

Um fator até mesmo curioso e que dificulta a possibilidade de debate de propostas entre os candidatos é a falta de programas de governo disponíveis para consulta do eleitor.

Até agora, Marina Silva (PSB) foi a única dos três principais candidatos a apresentar uma versão final do seu programa de governo. Entretanto, enfrentou graves críticas por ter recuado em alguns pontos do documento, como os direitos LGBT e a política energética.


Já Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) entregaram documentos genéricos no início de julho, com a promessa de divulgar a versão detalhada e consolidada até as eleições, o que ainda não ocorreu.

sábado, 27 de setembro de 2014

Terror dos corruptos


O valor da resistência


Filme de 1957, dirigido por David Lean, "A ponte do rio Kwai" ganhou 7 Oscar. É baseado no romance de Pierre Boulle “Le pont de la rivière Kwai”, de 1952. Filme também popularizou a "Colonel Bogey March", escrita em 1914 pelo major dos Royal Marines, F. J. Ricketts (1881-1945)

A mentira como método


Vaidosos, nós nos cremos os únicos capazes de lavrar, caminhar e gravar os nossos traços de Narciso; e, quando ouvimos a voz tácita das coisas, a sufocamos rapidamente sob a imundície das nossas insensatas disputas sem valor.
Michel Serres
Mentir, engambelar, imputar aos adversários o que não falaram, citar dados errados, esconder outros. De tudo praticar, mesmo eticamente incorreto, vale quando se trata de garantir mais uma gestão de permanência no governo para manter a meta de 20 anos no poder, como determina a cartilha ditatorial do PT.

O corolário de atitudes descreve bem o caráter de uma candidata que se diz do povo, quando na verdade é o maior exemplo de que a dominação a qualquer meio, mesmos ilegais, é válida e deve ser incluída na agenda da corrida eleitoral.

Nunca uma candidata ou candidato conseguiu reunir numa campanha tantas mentiras e factoides como Dilma, que só não consegue mesmo superar a própria arrogância de querer ser o que nunca será. Aquela que foi estrelada pelo poder hoje se acha acima do bem e do mal, imaculada a receber beijos como santa. Dilma trafega incólume, como vestal, em meio ao lodaçal criado pelos próprios companheiros com um nada vi, um nada sei.

É patética a figura presidencial maquinando dados a favor, quando tudo indica a péssima administração, e o conluio com um comissariado e uma politicalha cretina, medíocre. Em palanques apregoa sua luta pelos pobres e famintos, quando no trono arquiteta as maracutaias que possam favorecer empresas muy amigas, os conglomerados bancários, os cofres partidários.  


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Por que será?


Marina Silva apanha pelo que faz e pelo que não faz. Pelo que diz e pelo que deixa de dizer. Apanha se corrigir o que disse. Apanha se não corrigir. Está repleta de escoriações. É o maior saco de pancadas desta eleição

Ricardo Noblat

A semana do homem



O homem vem a este mundo para lutar:O escravo pela sua liberdade, o livre pela sua perfeição                                                                                     Yane Sandanski
O primeiro dia é para nascer e crescer lutando,
o segundo para trabalhar e sofrer lutando,
o terceiro para amar e odiar lutando
o quarto para acreditar e duvidar lutando,
o quinto para destruir e construir lutando,
o sexto para escrever e suar lutando,
o sétimo para cantar e cair lutando,
o oitavo para levantar-se e avançar lutando,
o novo para viver e morrer livre
Rumen Stoyanov 

Dilma sabia de irregularidade desde 2009

Denúncia foi repassada à CGU, que alegou falta de pessoal para investigar
 Documentos obtidos pelo jornal O Globo revelam que a presidente Dilma Rousseff foi informada em 2009 sobre “indícios de irregularidades graves” nas obras da refinaria Abreu e Lima, quando era ministra da Casa Civil. Na época, ela pediu para a Controladoria Geral da União (CGU) apurar o caso, mas o processo acabou arquivado sem punir ninguém.

A CGU apenas requereu informações da Petrobras sobre os indícios de superfaturamento apontados em auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) e mandou o processo ao arquivo em janeiro de 2014, sem qualquer avanço. Outro processo havia sido arquivado pela CGU em 2012. Ontem, o Palácio do Planalto afirmou que a CGU “acompanha” as deliberações do TCU e as providências adotadas pela Petrobras.

A CGU deu duas justificativas para arquivar o processo que tem como origem informações levadas a Dilma. A primeira foi o “avanço físico” das obras em Pernambuco, com 80% da refinaria construída até o dia do arquivamento. A outra foi uma nota informativa elaborada pela área técnica da CGU responsável por acompanhar os processos da Petrobras.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Cara de Marina


Lembrou algum país?

Formalmente, Cingapura é uma democracia. Na prática, nem um pouco. Qualquer crítico do governo se arrisca a um processo criminal, pesadas multas, processos por calúnia, ameaças e cadeia. O líder do partido oposicionista certa vez disse eufemisticamente que o governo estava metido em negócios escusos. Foi processado. (...) Críticos ou políticos iniciantes em Cingapura são perseguidos nos tribunais com zelo fanático, processados com uma severidade que os leva à falência. Os juízes são nomeados pelo governo e o obedecem cegamente. Destruídos financeiramente, os políticos de oposição não conseguem disputar eleições – mal conseguem viver.

Paul Theroux

Você viu Lula por aí?


Localizar Edison Lobão, ministro das Minas e Energia, desaparecido desde que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, há mais de um mês, citou seu nome como envolvido no escândalo que abala a empresa e o governo?

Ou localizar Lula, que mora em São Bernardo do Campo, São Paulo, e tem sido visto com frequência em compromissos das campanhas de Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e de Alexandre Padilha, candidato ao governo paulista?

Depende de quem esteja à caça de Lobão e de Lula. À caça de Lobão ninguém está – a não ser, talvez, algum jornalista curioso. E ainda assim por sua conta e risco – não por encomenda da empresa onde trabalha.

À caça de Lula deveria estar a Polícia Federal. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ela tenta ouvir Lula há sete meses sobre confissões feitas por Marcos Valério, um dos operadores do esquema do mensalão, preso e condenado a mais de 40 anos de cadeiaa.

Valério acusa Lula de juntamente com o ex-ministro José Dirceu ter tramado a doação ilegal de dinheiro ao PT pela Portugal Telecom. O ex-ministro Antonio Palocci, da Fazenda, já foi ouvido a respeito pela Polícia Federal. Negou tudo, naturalmente. E Lula?

Ora, pois sim. Lula sabe que a Polícia Federal quer ouvi-lo. A Polícia Federal sabe que Lula sabe. Mas não o intima – como faria com qualquer mortal comum. Espera que Lula, um dia, admita depor. E a procure.

Isso tem nome. Para dizer o mínimo, negligência, da parte da Polícia Federal. Ou cumplicidade.

Ricardo Noblat

***
Segundo o PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só deve falar com a Polícia Federal após o término da eleição na avaliação da cúpula do PT. Desde fevereiro, Lula é convidado pela Polícia Federal (PF) para colaborar nas novas investigações instauradas sobre o esquema do mensalão. O medo dos petistas é de que o interrogatório seja vazado à imprensa e prejudique a tentativa de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Escolheu?


Dilma destaca avanço e esconde aumento

 

Em discurso na Cúpula do Clima da ONU, a presidenta Dilma Rousseff disse que o Brasil é um exemplo de que é possível aliar desenvolvimento industrial com respeito ao meio ambiente. “Nós, países em desenvolvimento, temos igual direito ao bem-estar. E estamos provando que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível”, afirmou.


A mandatária brasileira destacou que em dez anos (2003 e 2013) o desmatamento do país foi reduzido em 79%. Rousseff, contudo, escondeu o fato de que entre 2012 e 2013 a taxa de destruição da floresta amazônica cresceu 29%. No ano passado, 5.891 quilômetros quadrados da região foram devastados, segundo dados obtidos no Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite. A área desmatada equivale a quase quatro vezes o município de São Paulo, o mais populoso do Brasil. No ano retrasado, o desmatamento tinha atingido a menor taxa desde o ano de 1988, quando os dados passaram a ser monitorados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Na ocasião, a devastação atingiu a marca de 4.571 quilômetros quadrados.

Por quê?

Por que o governo Dilma pune o servidor que usa de seu cargo para espalhar mitos contra adversários, enquanto a campanha de Dilma faz o mesmo contra sua principal adversária? Vale tudo para ganhar uma campanha eleitoral?

Somos perdulários

Com tanto estímulo desde criancinha, o brasileiro é um gastador nato. Chavões como país do futuro, gigante Brasil, terra abençoada por Deus, em se plantando tudo dá, país que vai pra frente, fizeram a cabeça das massas no país. A maioria ainda acredita que são infindáveis os recursos e que pode, sem qualquer trabalho, colher frutos gigantescos.

É essa visão de grandeza que faz dos governos eternos aproveitadores da crendice popular. Acredita-se que sempre se vai sair de uma enrascada com um jeitinho.

Os políticos se fartam da ignorância. Em plena ditadura, com a crise mundial do petróleo, se falava que tínhamos petróleo para dar e vender. Pagamos muito caro pelo abuso interno dos cretinos. Recentemente, com a bolha estourando nos Estados Unidos, nosso máximo guru prometia que só sentiríamos uma marolinha, que nem daria para molhar a canela, e prometeu que tinha no bolso a receita para conter crises de fora. Continuamos a pagar a conta que cada vez aumenta mais. Como da outra vez perdemos tempo para crescer, acreditando piamente nos profetas governamentais.

Depois do pibinho, estamos frente a um mini-pib e saudamos as maquiagens governamentais com que vão nos tirar do poço. As perspectivas internacionais já apontam em crescimento no próximo ano de 1,4%, com tendência de queda, sem incluir aí as turbulências econômicas e os problemas ambientais. No entanto, o governo insiste, como na fala do vice-presidente, que estamos crescendo fantasticamente. Só se for em estatísticas de corrupção, em que somos quase imbatíveis.

Gastamos absurdamente até a rapa do tacho para que os governos saiam bem na foto em eleição, camuflando o nepotismo, os ganhos escusos, o desperdício em obras inacabadas ou o superfaturamento, a altíssima taxa de desocupados, conhecidos na era petista como comissionados (nunca se viu tanto desses comes-e-dormes). Enfim, esbanjamos com mediocridade o futuro de gerações para que a marginalidade se locuplete. E ainda por cima saímos às ruas, com militância de aluguel, infringindo leis eleitorais, para que ainda se gaste mais absurdamente a fim de manter o continuísmo.

Somos perdulários até a raiz dos cabelos até quando escolhemos políticos que nada mais fazem do que gastar o dinheiro público com o sorriso dos hipócritas. E ainda adoram apertar a mão dessa cambada, ou por ser sem vergonha de berço ou imbecil de nascença.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Faltará brejo

Não há dúvida de que a vaca está indo para o brejo. A questão
é saber a distância do brejo e a velocidade da vaca”

A mancha do petróleo

A principal vítima do escândalo causado pelas confissões explosivas de Paulo Roberto Costa é o Partido dos Trabalhadores. Sempre que sentiu um perigo eleitoral, o PT escudou-se na Petrobras. 

O Governo do Brasil está ferido por uma novidade que percorre a região: a bonança internacional, que permitiu a distribuição das receitas extraordinárias, começou a diminuir. Na última década, os que exerciam o poder pareciam imbatíveis. Hoje estão vulneráveis. Também estão em risco a Frente Ampla no Uruguai e o kirchnerismo na Argentina. O declínio vem sempre acompanhado de escândalos de corrupção. Nada surpreendente. Quando os recursos escasseiam, as sociedades se tornam mais sensíveis à ética.

O Brasil está emperrado

A economia brasileira, exemplo de estímulo durante uma década, começa a ficar paralisada devido ao cansaço do consumo interno, bem quando acontecem as eleições gerais
Muitos especialistas previam isso já faz algum tempo e por fim aconteceu há duas semanas: a economia brasileira, a sétima do mundo, enfrentava o segundo trimestre consecutivo de retrocesso do PIB e entrava no que, no jargão dos economistas, é chamado de “recessão técnica”. Paralelamente, a agência classificadora Moody’s baixou, na semana passada, a nota do país em um ponto, passando de “estável” a “negativa”. Nem as cifras, nem a chamada de atenção da agência são alarmantes, mas são significativas: de janeiro a março, o PIB brasileiro recuou 0,2%. Nos últimos três meses o recuo foi de 0,6%. Mais que o alcance, o importante é a novidade. Nos últimos anos, o Brasil só tinha registrado números vermelhos no último trimestre de 2008 e no primeiro de 2009, quer dizer, nos piores dias do turbilhão da crise planetária que sacudiu o mundo financeiro.

Outros países ficaram aí, no buraco, mas o Brasil, animado por um consumo interno vigoroso, pelas exportações à China e um ciclo econômico em alta, se recuperou em seguida. Até agora. Hoje, sem fôlego, o país parece condenado a parar a fim de conseguir recuperar suas forças. A maioria dos especialistas coincide que é uma parada quase técnica, um tipo de tempo morto para recompor suas linhas antes de recomeçar. Mas, no meio de uma disputada campanha eleitoral entre três candidatos cujo primeiro assalto será resolvido no próximo dia 5 de outubro, a notícia da recessão teve o efeito de um tijolo jogado no meio de um tanque. Os candidatos Marina Silva, pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Aécio Neves, do mais conservador Partido Social-Democrata Brasileiro (PSDB) se apressaram a acusar a presidenta Dilma Rousseff de não reconhecer seus erros e de ter levado o país a um beco sem saída. Neves foi explícito: “A senhora vai entregar um Brasil pior do que encontrou e isso acontece pela primeira vez em nossa história moderna.”

Gestão sem ética é indigestão

 

A ferramenta de monitoramento das redes da Fundação Getulio Vargas tem mostrado com eloquência que os temas da transparência e do combate à corrupção vieram para ficar.

Assim, análises que atribuíam a ascensão de Marina Silva à sua superexposição de mídia ficaram prejudicadas. O buraco é mais embaixo.

Além de uma demanda histórica por ética na política, há a figura da própria Marina. Sua biografia é mais eloquente que qualquer discurso ou marquetagem eleitoral. Querem um teste? Suprimam o som dos debates televisivos e perguntem a um popular quem lhe parece mais confiável entre os candidatos.

Assim como qualquer cidadão brasileiro que vive de sua profissão, Marina foi seringueira, doméstica e professora antes de ser política. Como qualquer um de nós, que vive de seu trabalho e tem um nome a zelar, ao contrário do “caçador de marajás” ou do que denunciou “os 300 picaretas” antes de se juntar a eles. Como diz o ditado popular, “diz-me com quem andas, e eu te direi quem és!"

O eleitor resolveu cobrar o que fizeram Lula, Collor, Dilma e até mesmo Aécio Neves, noves fora a vida de políticos profissionais. Já buscaram o pão com o suor do rosto ou sempre viveram às custas do poder público?

Quanto mais os analistas criticam a candidata por não ter jogo de cintura e não abrir mão de seus princípios e valores, mais a sua figura ascética ganha adesão. Não consideram que talvez o país esteja cansado de indistinção moral, da geleia geral das coalizões espúrias e das alianças de bordel.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Urna na visão política




O papel de Dilma


Petrobras, Correios, IBGE. Maltratadas pela ingerência do governo, instituições que até pouco tempo eram sinônimos de orgulho, confiança e credibilidade, foram postas na berlinda. Roubadas, abusadas e desrespeitadas, elas sofrem as consequências do perverso modus operandi do PT que, em seu benefício, se apossa do patrimônio do país.

A mancha do petróleo


A principal vítima do escândalo causado pelas confissões explosivas de Paulo Roberto Costa é o Partido dos Trabalhadores. Sempre que sentiu um perigo eleitoral, o PT escudou-se na Petrobras. 

O Governo do Brasil está ferido por uma novidade que percorre a região: a bonança internacional, que permitiu a distribuição das receitas extraordinárias, começou a diminuir. Na última década, os que exerciam o poder pareciam imbatíveis. Hoje estão vulneráveis. Também estão em risco a Frente Ampla no Uruguai e o kirchnerismo na Argentina. O declínio vem sempre acompanhado de escândalos de corrupção. Nada surpreendente. Quando os recursos escasseiam, as sociedades se tornam mais sensíveis à ética.

O tamanho do pré-sal



Não usar a riqueza do pré-sal seria uma estupidez, usá-la para iludir a Nação é uma indecência. As estimativas para as reservas do pré-sal podem não ser exatas, mas não são mitos, são resultados de pesquisas geológicas; a exploração na sua profundidade não é um mito, a engenharia dispõe de ferramentas; a crença de que pode ser feita sem riscos para a ecologia não é um mito, embora haja exemplos de vazamentos em campos similares; a expectativa de que a demanda e os preços continuarão altos não é um mito, apesar das novas fontes.

Mito, contudo, é a afirmação de que o pré-sal mudará a realidade brasileira.

Se tudo der certo, em 2036 a receita líquida prevista do setor petrolífero corresponderá a R$ 100 bilhões, aproximadamente R$ 448 por brasileiro, quando a renda per capita será de R$ 27,8 mil, estimando crescimento de 2% ao ano para o PIB. Apesar da dimensão da sua riqueza, o pré-sal não terá o impacto que o governo tenta passar. Explorá-lo é correto, concentrar sua receita na educação é ainda mais correto, mas é indecente usar o pré-sal como uma ilusão para enganar a Nação e como mecanismo para justificar o adiamento de investimentos em educação.

domingo, 21 de setembro de 2014

Assim nos tratam


Desemprego da companheirada


Se Dilma Rousseff for derrotada, milhares de militantes do PT não vão apenas perder a eleição. Perderão também os cargos de confiança que garantem aos ocupantes o que é mais que um emprego. É um passaporte para expedientes magros e salários obesos, um salvo-conduto para desfrutar do feriadão a cada 15 dias, a certeza da vida mansa. Os pendurados nos cabides em poder do Partido dos Trabalhadores perderam o sono não com o destino do Bolsa Família ou do Fome Zero. O que confiscou o sossego da turma é a iminente desativação da mais bem sucedida pilantragem assistencialista forjada pelo lulopetismo: o programa Desemprego Zero Pró-Companheirada.

A guerra dos companheiros


O “abraço à Petrobras”, empreendido no início da semana pelo PT, na sede da empresa, no Rio, faz lembrar o clássico ditado policial de que “o criminoso sempre volta ao local do crime”.

Desta vez, não para avaliar os danos, como observador oculto, mas para testar às escâncaras sua capacidade de virar o jogo. Em meio às mais cabeludas denúncias, produzidas pelo ex-diretor de Abastecimento e Refino, Paulo Roberto Costa – que pontificou nos dois governos de Lula e na metade do de Dilma -, o PT testou a tese de que a melhor defesa é o ataque. Falhou.

Em sua campanha, Dilma quer transformar as denúncias de assalto à empresa – e a respectiva cobrança por investigações - em tentativa de sabotagem, imputando, de quebra, a Marina Silva o sórdido objetivo de liquidar o pré-sal. É o “pega ladrão!”, mas gritado pelo próprio ladrão. Já funcionou antes.

O mais significativo no ato, porém, não foi ele em si, mas a escassa presença de manifestantes. Lá estava a militância de sempre, acrescida do MST, que dela sempre fez parte. Povo mesmo não se viu. A Polícia Militar registrou cerca de 600 pessoas.

No passado recente, seriam milhares e milhares. Onde estão? Terá o PT perdido musculatura onde há muito reinava? Aparentemente, sim. A candidatura de Marina dividiu a esquerda e os chamados movimentos sociais. Não se sabe ainda em que escala, mas não há dúvida de que houve quebra de unidade.

O que se assiste é uma guerra civil entre companheiros. Não é uma guerra de ideias, mas por cargos, o que explica a fúria de quem se sente ameaçado com o desemprego. É mais fácil, em política, absorver a derrota de uma ideia que a perda de um cargo.

Marina de Wall Street


Campanhas eleitorais produzem milagres.

Transformam Neca Setúbal, por exemplo, a notável educadora de 2012 convidada a integrar o governo revolucionário do cicloviário Fernando Haddad, num pérfido logotipo do Itaú interessado em obter perdão de suas dívidas e defender a autonomia do Banco Central para agradar a neoliberal Marina Silva, seringueira de Wall Street.

Marina de Wall Street quer, num golpe de mestre, tirar a comida da mesa das crianças brasileiras para reforçar o banquete dos banqueiros.

En passant, a seringueira quer eliminar o Bolsa Familia, o 13o salário, as férias, o salário mínimo e acabar com esse mar de abundância que passou a assolar a mesa dos pobres brasileiros depois que o PT colocou a miséria fora da lei.

Mas isso Marina de Wall Street não vai conseguir porque o coração valente de Dilma Rousseff não permitirá que aconteça, “nem que a vaca tussa”.

Estamos falando apenas dos lances mais edificantes e mais educativos da campanha eleitoral. Há também as baixarias, como a ameaça daquele Stédile – dos-sem- terra, de colocar sua gente nas ruas “todos os dias” para evitar que a ex-fada da floresta, mesmo que escolhida equivocadamente pelo povo, aplique o veneno neoliberal diretamente nas veias da Nação.

No pasarán!

E os que já passaram não querem nem pensar em comprar o bilhete de volta.

Alternância de poder, desde que seja uma alternância interna - esse parece ser o lema da versão revista e reduzida do tipo de democracia com o qual o PT sonha nas noites de verão.

Uns 40 mil cargos de confiança clamam aos céus: daqui não saio, daqui ninguém me tira.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

CPI da Petrobras


Lula requenta o truque de 2006




Nosso Guia quer confundir a Petrobras com a gestão do comissariado petista com que aparelhou a empresa.

Lula fez uma involuntária defesa do voto útil, aquele que vai para qualquer lugar, desde que o PT vá embora. Foi para a frente do prédio da Petrobras e disse o seguinte: "Já houve três pedidos de CPI só na Petrobras. Eu tenho a impressão de que essas pessoas pedem CPI para, depois, os empresários correrem atrás delas e achacarem esses empresários para ganhar dinheiro. (...) Se alguém roubou, esse alguém tem mais é que ser investigado, ser julgado. Se for culpado, tem que ir para a cadeia.”

A Petrobras petista apareceu em várias CPIs. A primeira, de 2005, foi a do mensalão. Duas outras foram específicas e, com a ajuda do comissariado, deram em nada. Se Nosso Guia acha (e tem motivos para isso) que, incentivando-as, há “pessoas” achacando empresários que correm “atrás delas”, não se conhece uma só fala de petista denunciando achacados ou achacadores. O relator da comissão que está funcionando é o petista Marco Maia.

O carro-chefe

Em países ainda em fase de consolidação institucional, ou que tenham instituições débeis, a reeleição funciona como o carro-chefe, a mãe de todas as corrupções de toda a espécie.

Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal

Pobreza alimenta corruptos


Nem só a Índia vive de seus pobres. Há 12 anos, o PT está se locupletando e enchendo bolsos com a exploração dos pobres. Na mais descarada demagogia, enchem a boca para falar do que fizeram pelos pobres. Governo sério não explora o que tem obrigação de fazer, ainda mais quando não faz, para lotar as urnas e garantir poder. Pai ou mãe dos pobres, dos descamisados, dos mujiques é a criação da idolatria, mais adequada para ditadores, que adoram espalhar o próprio nome ou de familiares em suas “obras” ou alheias.   

Detentora da verdade, em discurso aos “pobres”, Dilma anunciou que com o PT “as pessoas agora têm direitos” como se isso não estivesse garantido na Constituição, mas fosse outra das benesses petistas com que “papai” Lula e “mamãe” Dilma presentearam o país. Como também garantiu que antes não havia emprego nem salário, outras das maravilhas propiciadas pelo partido em particular para os apadrinhados, que sem a ajuda petista não conseguem nem emprego para burro-sem-rabo.

A mesma candidata alardeia uma luta contra a desinformação e a mentira, só não informa sobre os desastres de Bolsa Família, locupletando até quem não precisa, e pelo Minha Casa, Minha Vida, construindo casa e prédios em locais impróprios, muitas vezes sem água e saneamento básico. Mas uma pérola da desinformação é dizer que graças ao PT, “as pessoas podem andar de avião”.

Não é dádiva, mas uma série de mecanismos que permitem às empresas aeroviárias e de viagens aproveitarem nichos da população. Há empresários apostando em conquistar esses passageiros através de passagens em até 12 prestações como acontece no comércio. Portanto, é o empresariado o grande estimulador sem nada a ver com o governo, que disso está se aproveitando para angariar votos como se houvesse ganho salarial.


Mais uma balela de aproveitamento do trabalho alheio, da incrementação do consumismo, para implantar como maravilha do governo, artifício bem conhecido sob o jugo do comando vermelho municipal. 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Pesadelo da bomba-relógio


O porco de Dilma


O assalto político aos cofres da Petrobras não está só pesando na campanha de Dilma. A própria biografia da ex-guerrilheira, que sonhou um Brasil melhor em seus tempos de juventude, vai ficar manchada como a presidente que acobertou os desmandos na empresa e a desastrosa gerente. Como comandou a maior empresa do país sem saber que lá estava uma gangue armada para assaltar seus cofres? A mancha entrará para a história como o maior desastre do presidencialismo brasileiro.

Impossível que a candidata negue relações com Paulo Roberto Costa, da alta cúpula da Petrobras, seu subalterno por anos, ou queira se afastar do perigo que é estar com um homem-bomba da corrupção petroleira. Afinal quem é que convocaria o dirigente, amigavelmente tratado por Lula como “Paulinho”, para a festa de casamento da filha se não tivesse o mínimo de intimidade com ele?

Dilma está como aquele personagem de uma piada antiga, quando só existiam ladrões de galinha. O homem roubou um porco no quintal do vizinho e saiu com aquele peso todo nas costas. Apanhado em flagrante pelo guarda-noturno (naquele tempo existia isso) que queria saber aonde ia com o porcão, respondeu aflito: “Que porco? Tira isso daí, tira isso daí”.


A candidata está carregando um porco de Troia nas costas, mas inocentemente nem sabe. 

Para refletir

No caso do propinoduto da Petrobras, o ex-diretor, preso, já admitiu devolver 23 milhões de dólares do seu patrimônio em bancos estrangeiros para aliviar sua barra na Justiça. É escandaloso que um bandido desse calibre se disponha facilmente a aliviar-se de uma quantia extraordinária como quem paga um cafezinho no bar da esquina, ou uma propina para não levar multa, e ninguém dá por isso.

Se paga tanto, e devolve milhões como água, é porque o rombo foi assustadoramente maior e muita gente saiu ganhando em dinheiro e postos de governo.

Marina apanha, mas Dilma é quem cai


Espantosa a capacidade de resistência de Marina Silva à pancadaria, a se levar em conta os resultados da mais recente pesquisa IBOPE divulgada pelo Jornal Nacional. Pela lógica, ela deveria estar caindo. E Dilma avançando. Mas eleição não é razão – é emoção. Ganha quem erra menos. E Marina tem errado pouco.

É esmagadora a vantagem que Dilma tem em relação aos seus adversários no tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. São 12 minutos contra seis de Aécio e dois de Marina. Por ora, a vantagem de pouco tem adiantado. Dilma não emociona ninguém. É razão pura. E seus programas de propaganda refletem o que ela é. Não poderia ser diferente.

O marketing político de Dilma apostou na desconstrução da imagem de Marina. Há mais de 20 dias que Marina apanha dia e noite. Contra ela foram assacadas até aqui as mentiras mais corrosivas. Do tipo: “Vai acabar com O Bolsa Família e o Mais Médicos. Marina está a serviço dos banqueiros”. Algum efeito a desconstrução produziu. Não o suficiente para desidratar Marina

Jamais neste país um candidato a presidente contou com a gigantesca coligação de partidos montada para reeleger Dilma. No Rio, por exemplo, todos os candidatos ao governo fazem parte da coligação de Dilma. Em São Paulo, nenhum candidato ao governo apoia Marina. Em Minas Gerais, o que apoia tem menos de 5% das intenções de voto. Tudo isso não basta.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Tem gato na tuba


Se aqui pegasse a moda...


O incidente ocorreu com Vitaly Zhuravsky, um ex-membro do partido do presidente deposto Viktor Yanukovich. O episódio aconteceu antes de
uma sessão em que os parlamentares ratificaram um acordo da Ucrânia com a União Europeia e apoiaram leis para dar um status especial a regiões controladas por separatistas. "Vivemos em um país onde o sangue escorre por sua causa", gritavam os manifestantes que cercaram o lixo no qual o deputado, de 59 anos, foi jogado.

A mentira virou verdade

Nunca antes se roubou em nome de um projeto político alastrante em todos os escaninhos do Estado.

Aproxima-se a hora da verdade política do país. Hora da verdade ou hora da mentira?

Mentira virou verdade? Nossas “verdades” institucionais foram construídas por 500 anos de mentiras. Portanto, virou uma razão de Estado para o governo do PT a proteção à mentira brasileira inventada pela secular escrotidão portuguesa. Se a verdade aparecesse em sua plenitude, nossas instituições cairiam ao chão. Por isso, o Governo acha que é necessário proteger as mentiras para que a falsa “verdade” do país permaneça. E não é só a mentira que indigna. É a arrogância com que mentem. E a mentira vai se acumulando como estrume durante um ano e acaba convencendo muitos ingênuos de que “sempre foi assim” ou de que “erraram com boa intenção”.

Não só roubaram cerca de R$ 2 bilhões desviados de aparelhos do Estado, de chantagem com empresários, de fundos de pensão, de contratos falsos, mas roubaram também nossos mais generosos sentimentos. A verdadeira esquerda se modificou, avançou, autocriticou-se enquanto eles não arredaram os pés dos velhos dogmas da era stalinista e renegaram todo trabalho de uma esquerda mais social-democrata, como aliás fazem desde que não votaram nos “tucanos” da época e o Hitler subiu ao poder.
Leia mais o artigo de Arnaldo Jabor